Empresários avaliam efeito das obras de duplicação da BR-376

O restaurante de Yuri de Souza Guerino localiza-se à margem da BR-376, próximo ao trevo de acesso a Paranavaí. Ali eram servidas, diariamente, mais de 50 refeições, além de salgados e sanduíches. No entanto, o movimento de clientes teve redução de 60% por causa das obras de duplicação da rodovia.
O tráfego constante de máquinas e a execução das obras dificultam o acesso de motoristas à via marginal da BR-376. De acordo com o empresário, já são aproximadamente três meses de queda nas vendas, por isso, o jeito foi reduzir gastos para se adaptar à nova realidade.
José Pereira da Silva Percil enfrenta situação semelhante. A revendedora de peças e acessórios para caminhões teve diminuição de 40% a 50% no número de clientes. Foi preciso demitir três funcionários porque, com a queda nas vendas, “não tenho como pagar”, disse.
De acordo com informações da Viapar, concessionária responsável pelas obras, os trabalhos naquele trecho da rodovia deverão se estender por mais dois meses. O tempo poderá ser maior se houver grande incidência de chuva nas próximas semanas ou se a equipe encontrar obstáculos – por exemplo, tubulações clandestinas.
Enquanto isso, sobram dúvidas e preocupações entre os empresários. “Esperamos que as obras garantam acesso fácil e seguro para os clientes. Mas como vai ser?”, questionou Guerino. A expectativa é que o fim das obras garanta facilidade para que os clientes cheguem ao estabelecimento.
Percil demonstrou otimismo em relação ao futuro. “Acredito que vai melhorar.” Ele disse esperar mais facilidade para o acesso dos caminhoneiros, e assim evitar o que tem vivenciado nas últimas semanas: “Em alguns dias não vendi uma peça sequer”.
MELHORIAS – Segundo a assessoria de imprensa da Viapar, as empresas estão na chamada faixa de domínio, ou seja, local público. Com a conclusão das obras, os proprietários terão mais espaço para fazerem as adequações que julgarem necessárias.
A garantia é de que haverá maior comodidade para os empresários e mais segurança para os clientes. Maior conforto representará chances maiores de recuperar os consumidores antigos e conquistar novos, ampliando a lucratividade.
Outro fator que poderá contribuir para esse cenário é o aumento no fluxo de veículos pela BR-376, após a duplicação. O empresário Percil arriscou um percentual de 30% a mais no tráfego. E concluiu: “Se resultar no aumento de pelo menos 5% [de clientes] para nós, já será positivo”.
DUPLICAÇÃO – Em novembro de 2015, o então governador do Paraná, Beto Richa, esteve em Paranavaí e anunciou a autorização para o início da duplicação da BR-376, no trecho entre Nova Esperança e Paranavaí, compreendendo 33 quilômetros de rodovia.
Um grupo que representa a sociedade civil organizada de Paranavaí e dos municípios do Noroeste do Paraná busca apoio político nos diferentes âmbitos de governo para estender a duplicação até a cidade de Taquarussu, no Mato Grosso do Sul.