Empresários temem que criminalidade atrase o desenvolvimento de Paranavaí

Os empresários estão com medo. O risco cada vez maior de se tornarem vítimas de roubos e furtos preocupa e pede soluções rápidas. Na opinião do presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Márcio Catiste, a criminalidade “é uma afronta ao desenvolvimento e impede o crescimento da cidade”.
Foi o que ele disse durante uma reunião realizada na manhã de ontem, na sede da Aciap, com o subcomandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Adauto Nascimento Giraldes Almeida, e o delegado chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Luiz Carlos Mânica. A conversa foi mediada pelo presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Michael Heckmann.
Comerciantes e prestadores de serviço, representantes de entidades de classe e lideranças comunitárias participaram do encontro que teve como principal objetivo tratar sobre segurança pública em Paranavaí. “É muito importante ver a sociedade participando dessa discussão”, destacou Catiste.
UNIÃO – O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) enfatizou o trabalho em conjunto das polícias Militar e Civil, afirmando que a parceria rende resultados positivos no combate à criminalidade. Heckmann também fez questão de salientar o papel do CCS no apoio a esse trabalho.
Ele lembrou, por exemplo, que a partir de ações da entidade foi possível adquirir motocicletas para a Polícia Militar (PM) e aparelhos eletrônicos utilizados pela Polícia Civil (PC) para investigações. “O Conselho [Comunitário de Segurança] tem angariado recursos junto à comunidade e contribuído com a segurança”.
COMÉRCIO – A empresária Águida Araújo de Sandri Machado questionou a falta de policiamento no centro da cidade depois das 18h30. Segundo ela, o horário é de grande movimento nas ruas centrais da cidade, sem, no entanto, haver segurança efetiva. Ela sugeriu que pelo menos nos dias de pico o policiamento seja reforçado.
CÂMERAS – O sistema de videomonitoramento também foi alvo de questionamento. Quantas câmeras estão efetivamente funcionando? O engenheiro eletricista da Prefeitura de Paranavaí Fábio Havro de Sá informou que 23 pontos foram escolhidos para a instalação dos equipamentos. Em dez deles as câmeras não estão em operação ou requerem manutenção.
Segundo ele, para colocá-las novamente em funcionamento seria preciso investir pelo menos R$ 300 mil. A Administração Municipal não dispõe dessa quantia, mas está buscando formas de conseguir a verba para fazer os reparos necessários, disse Sá.
DIFICULDADES – O major Giraldes apresentou uma série de dificuldades enfrentadas pela PM de Paranavaí. Segundo ele, das 27 viaturas, sendo quatro motos, apenas 15 estão ativas. Dessas, muitas têm problemas de manutenção. Para o subcomandante, as condições são desumanas. “Estamos no nosso limite”.
Ele destacou o fato de o efetivo ser insuficiente e a carga horária de trabalho bastante estendida. Mesmo assim, os policiais militares têm trabalhado constantemente para garantir a segurança da comunidade. Para se ter uma ideia, até agora a PM registrou 102 ocorrências, apenas duas a mais do que no mesmo período do ano passado.
O saldo é visto como positivo se forem consideradas as limitações da unidade militar. E isso é fruto das parcerias firmadas com a Polícia Civil e o Conselho Comunitário de Segurança, salientou Giraldes.
RESOLUTIVIDADE – O delegado Mânica apresentou alguns resultados obtidos pela PC ao longo deste ano. Citou, por exemplo, a prisão de 869 pessoas, das quais apenas 307 continuam atrás das grades. Além disso, os autores de três homicídios foram presos; em outros três casos de assassinato, os criminosos já foram identificados.
A atuação eficiente, disse Mânica, traduz a motivação de toda a equipe da PC. É que além das melhorias no aspecto visual da Subdivisão Policial, houve mudanças na forma de gestão. “Humanizamos o ambiente. Agora, a população tem mais confiança em nosso trabalho”.
O delegado chefe também enfatizou o trabalho em conjunto com a PM e o CCS. Além disso, citou o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário. “Tem dado certo”.
BLITZE – O subcomandante do 8º Batalhão de Polícia Militar explicou a importância das blitze feitas em Paranavaí. A prática, disse, tem sido questionada, mas a motivação é de ordem preventiva. “A maioria dos roubos acontece em motocicletas. Nas blitze a maioria das apreensões é de motocicletas, em localizações específicas”, afirmou Giraldes.
DENÚNCIAS – Ele pontuou a importância das denúncias feitas por telefone, dizendo que contribuem para agilizar o trabalho da PM no combate ao crime. Quem liga para o 181, informou Giraldes, “tem a identidade preservada e facilita as investigações”. (Ass. Imp. Aciap)