Endividamento das famílias sobe para 45,1%, recorde desde 2005
O nível de endividamento das famílias chegou a 45,1% em julho, alta de 0,21 ponto percentual frente a junho, informou ontem o Banco Central. Trata-se de um novo patamar histórico para o indicador, considerando a série iniciada em janeiro de 2005. Ele avalia o endividamento total das famílias com bancos considerando a renda acumulada em doze meses. A indicador vem subindo ano a ano. Em janeiro de 2005, primeiro mês da série histórica, ele estava em 18,39%. Para Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC, o aumento do endividamento das famílias é sustentável e vem acompanhando o crescimento da relação do crédito disponível no país frente ao PIB (Produto Interno Bruto). "O crescimento do endividamento ocorre em bases seguras e sustentáveis do sistema financeiro. Ele cresce de forma saudável em termos de capacidade e com o aspecto adicional para o investimento", disse. A análise do BC baseia-se nos indicadores do comprometimento mensal de renda das famílias, que caiu em julho, chegando a 21,5%. No mês anterior, a taxa estava em 21,58%. A autoridade monetária observa ainda que também há redução no endividamento quando se excluem os financiamentos imobiliários. Essa taxa ficou em 30.42% em julho contra 30,49% em junho. "O comprometimento mostra-se estável e o principal vetor é o credito imobiliário. As famílias estão trocando o aluguel. Estão trocando uma despesa de consumo por uma despesa de investimento", afirmou Maciel.