Estilo brega de Reginaldo Rossi só virou “cult” na última década

SÃO PAULO (Folhapress) – Rei do brega, célebre pelo hit "Garçom", Reginaldo Rossi morreu na manhã de ontem, aos 70, no Recife, sua cidade natal, em consequência de câncer no pulmão.
Rossi -na verdade Reginaldo Rodrigues dos Santos- estava no hospital Memorial São José desde 27 de novembro, dia em que foi internado com dores fortes no peito.
O velório foi realizado ontem no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco. O enterro estava marcado para hoje às 20h no cemitério Morada da Paz, também no Recife.
Rossi fora diagnosticado com câncer de pulmão no início deste mês e vinha fazendo quimioterapia. "Estou pronto para a batalha e tenho certeza que vencerei", disse o cantor ao saber do diagnóstico, segundo um boletim médico do dia 11 de dezembro.
Nascido em 14 de fevereiro de 1944, Rossi estudou engenharia civil, sem concluir o curso, e deu aulas de matemática antes da fama.
A carreira artística começou em 1964, inspirada nos Beatles e na jovem guarda. Rossi ficou conhecido como "o Roberto Carlos do Norte".
Fez fama apenas no Nordeste até os anos 1990.
O sucesso no resto do país ganhou força em 1998, quando a gravadora Sony lançou compilação com seus hits.
Em 2000, com "Reginaldo Rossi: um Tributo", seu brega ganhou status de cult. O álbum reuniu sucessos como "As Raposas e as Uvas" e "Mon Amour Meu Bem Ma Famme" na vozes de Otto, Lenine, Zé Ramalho e outros.
"Eu canto o brega-chique. Falo várias línguas, faço canções populares com concordância bem-feita. Não sou trouxa", disse Rossi em entrevista à Folha de S.Paulo em 1999.
Famoso pelas frases de impacto, Rossi costumava dizer: "Quando o chifre dói, o diploma cai da parede".
Seu último lançamento foi o DVD "Cabaret do Rossi", de 2010, em que interpretou sucessos românticos, de "Só Você" (Fábio Jr.) a "I Will Survive" (Gloria Gaynor).
Também em 2010, Rossi tentou carreira na política. Concorreu a deputado estadual de Pernambuco pelo PDT, mas não alcançou votos suficientes para se eleger.
Antes, em 2008, já havia tentado ser vereador do município de Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana do Recife), onde morava.
Até pouco antes da internação, o cantor estava fazendo shows pelo Nordeste com o repertório de "Cabaret do Rossi", pelo qual, em 2011, ganhou o reconhecimento de melhor cantor popular no Prêmio da Música Brasileira.
Rossi, que faria 70 anos em fevereiro, deixa a mulher, Celeide, e um filho, Roberto.