Estratégia pretende eliminar focos de dengue no centro de Paranavaí
A tarefa dos lojistas durante o dia será retirar lixo e entulhos acumulados nos fundos das empresas, para que as equipes da Prefeitura de Paranavaí recolham os resíduos. A coleta será feita após às 18 horas.
A ação foi definida em uma reunião realizada ontem na sede da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap). Por aproximadamente uma hora, o prefeito Rogério Lorenzetti, o secretário municipal de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, o presidente da Aciap, Guto Costa, e empresários debateram o assunto.
Na ocasião, Lorenzetti disse de forma enfática que a situação é crítica. “A cidade vive um momento grave”. A preocupação do prefeito vai além das questões de saúde pública, mas recai também sobre fatores econômicos. É que muitos funcionários doentes e, portanto, sem trabalhar. Outra consideração diz respeito aos consumidores de outras cidades que estão deixando de comprar em Paranavaí, com medo da epidemia de dengue.
Para o prefeito, a situação pode ter reflexos diretos na medição do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas em Paranavaí. Segundo Lorenzetti, se as vendas do comércio sofrerem redução, toda a economia do município poderá ser afetada.
NO CENTRO – O secretário de Saúde informou que a surto de dengue teve início no centro da cidade. Disse, ainda, que na região central está a maior incidência de criadouros do mosquito transmissor da doença.
Na avaliação de Souza, a falta de limpeza em calhas, lajes, painéis, climatizadores, aparelhos de ar-condicionado e marquises é a principal causa do surto de dengue que atinge especialmente o centro de Paranavaí. Os fundos dos estabelecimentos também preocupam o secretário.
Na opinião do presidente da Aciap, o mutirão de limpeza será uma oportunidade para conscientizar os empresários sobre a importância de manterem os estabelecimentos comerciais sempre livres de focos de dengue. “O combate à dengue deve ser contínuo”.
Número de confirmações da doença
No início da tarde de ontem, a Secretaria Municipal de Paranavaí havia confirmado 243 casos da doença, 64 a mais do que na manhã de terça-feira. As notificações chegaram a 701, havendo 427 exames laboratoriais pendentes e apenas 31 casos negativos.
São 57 casos confirmados no centro da cidade, 47 no Jardim Maringá, 21 no Jardim São Jorge, 11 no Campo Belo, 21 na Vila Operária, 24 no Jardim Ipê, 21 na Zona Leste, 39 no Morumbi, e um na zona rural.
O Distrito de Sumaré que até terça-feira não tinha nenhum caso confirmado, teve o primeiro paciente positivo ontem. Nos demais distritos ainda não houve casos de dengue. (RS)
Identificado mais um caso de dengue tipo 4
A 14ª Regional de Saúde confirmou ontem a identificação de mais um caso de dengue do tipo 4 em Paranavaí. O fato já era esperado, uma vez que o primeiro paciente com o vírus contraiu a doença na própria cidade.
De acordo com Nilce Casado, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, por ser um tipo diferente de vírus, toda a população está suscetível. “A dimensão do surto pode ser muito maior”, destacou.
Nilce explicou que ao contrair um tipo da doença, o paciente fica imunizado. No entanto, se outra forma do vírus atacar o organismo, os sintomas da dengue se manifestam de forma agravada, com complicações como a hemorragia, podendo levar à morte. “Essa é nossa preocupação em relação à circulação do vírus tipo 4”, disse a chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde. (RS)
Testes rápidos acabam na 14ª Regional de Saúde
Os testes rápidos para identificação do vírus da dengue em pacientes com sintomas da doença acabaram na 14ª Regional de Saúde. Pedido de nova remessa já foi feito, em regime de urgência, mas não há previsão de quando serão entregues.
Até que as secretarias municipais de Saúde da região voltem a receber o teste rápido, continuam sendo realizados os exames laboratoriais convencionais, tanto pela rede pública quanto por clínicas particulares.
A chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado, explicou que mesmo sendo utilizado em caráter experimental, o teste rápido mostrou-se eficiente na identificação de casos positivos de dengue.
Segundo ela, a agilidade na identificação da doença é fundamental para que as ações de combate, entre as quais o isolamento do paciente e o bloqueio do mosquito transmissor da dengue, sejam desenvolvidos mais rapidamente.
A diferença entre o teste rápido e o convencional é que o primeiro acusa a presença do vírus da dengue no organismo, enquanto o outro identifica os anticorpos que combatem o vírus, sendo necessário, portanto, esperar dias após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença.
Nilce disse que em uma situação de epidemia, como a que Paranavaí enfrenta, a confirmação dos casos não é necessária. Mesmo assim, os exames são feitos para que haja identificação do tipo do vírus que está circulando na cidade. “O diagnóstico pode ser dado pelo médico por critérios clínicos”, explicou.
No caso das crianças, por exemplo, é importante que a causa da doença seja identificada o quanto antes, ainda que não ela não esteja com dengue. É que desta forma é possível garantir com agilidade o tratamento necessário. (RS)