Estudo mostra retorno do investimento nas unidades de conservação
Estudo da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza feito em quatro Parques Estaduais e um municipal, em parceria com o Governo do Estado e Prefeitura de Curitiba mostra que além de conservar o meio ambiente, promover o contato direto com a natureza e o aprendizado sobre a biodiversidade, as Unidades de Conservação também proporcionam aos municípios paranaenses e à população do entorno qualidade de vida e retorno econômico. Para a promoção do estudo, foi desenvolvida uma metodologia capaz de quantificar benefícios sociais e econômicos trazidos pelas Unidades de Conservação. A técnica pode ser aplicada em qualquer outra Unidade de Conservação do país.
Os parques valorados no estado foram o Parque Estadual das Lauráceas, entre Tunas do Paraná e Adrianópolis; Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa; Parque Estadual Pico do Marumbi, em Morretes, Piraquara e Quatro Barras; Parque Estadual do Cerrado, em Jaguariaíva; e Parque Natural Municipal Barigui, em Curitiba.
“Essas Unidades foram escolhidas justamente por serem diferentes entre si, o que possibilitou à equipe envolvida no estudo comprovar a aplicabilidade do roteiro metodológico”, disse Marion Letícia Bartolamei Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário. Segundo ela, a conclusão é que todos os parques, independente de suas características, têm benefícios relevantes e geram retorno econômico à sociedade.
Com a participação do economista Carlos Young, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, foram considerados dez fatores que evidenciam os benefícios econômicos e sociais à população. “Fez parte desse levantamento fatores como a estimativa de impacto econômico gerado em função das atividades recreativas ligadas à visitação; e o quanto a proteção da vegetação nativa evita a erosão do solo, minimizando custos para a remoção de sedimentos em corpos hídrico”.
Além de uso público e erosão de solo evitada, ou outros benefícios valorados são o abastecimento de água, repartição de receitas tributárias (ICMS Ecológico), impacto das contratações e aquisições locais, educação ambiental, pesquisa científica, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), sequestro de carbono por restauração da vegetação e pecuária evitada.
O estudo mostrou que o Parque Estadual das Lauráceas tem um retorno sobre investimento de R$ 75 para cada real investido; Vila Velha, R$ 7,7; Marumbi, R$ 7,10; Cerrado, R$ 2,06 e o Barigui, R$ 12,50.
Ao todo, o retorno desses benefícios valorados soma mais de R$ 80 milhões à sociedade, sendo R$ 18,7 milhões do Parque Estadual das Lauráceas, R$ 13 milhões de Vila Velha, R$ 4,4 milhões do Pico do Marumbi, R$ 679 mil do Cerrado e R$ 43 milhões do Barigui.
Para o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos, o estudo prova a importância ambiental, social, e agora econômica, das Unidades de Conservação. “Ele se mostrou importante, principalmente para a gente dar mais valor a essas unidades de conservação, que fora a beleza cênica e toda a questão de conservação da biodiversidade mostra que elas funcionam também como uma mola propulsora para o desenvolvimento regional dos municípios entorno. Também veio nos dizer o valor econômico do serviço prestado nesses locais fora toda a questão da biodiversidade”, disse.