Estudo técnico mostra viabilidade da suinocultura na região da Amunpar
Um estudo técnico produzido por professores dos cursos de Veterinária, Agronomia, Ciências Contábeis e de Administração da Faculdade Fatecie mostra que é viável a implantação da suinocultura como nova alternativa econômica para o campo na região da Amunpar, que reúne 28 municípios no entorno de Paranavaí.
O estudo foi apresentado pelo professor Marivaldo da Silva Oliveira (médico veterinário) ao G-8, grupo que reúne as principais entidades não governamentais de fomento econômico da cidade e que pediu a análise.
A partir deste estudo, os trabalhos avançarão para uma nova fase: que é conhecer os sistemas de implantação da atividade (integração ou cooperativa) e depois apresentar o resultado do trabalho aos produtores rurais para verificar o interesse deles na nova opção.
Para a implantação da atividade na região, os pesquisadores sugerem a adoção de um método de planejamento e gestão estratégica de sistemas agroindustriais (método GESis), que “requer esforços de diversas entidades e setores da cadeia produtiva, por ser um trabalho criterioso, profundo e com um prazo de aproximadamente 5 anos para seu desenvolvimento”, conforme explicou o veterinário. Esta metodologia vai “propiciar aos pequenos produtores a chance de terem acesso ao mercado”.
O estudo identificou na região dois frigoríficos de abate de suínos (um exclusivo e outro que abate outros animais, como gado e ovelhas) e 15 produtores, dos quais três aceitaram responder um questionário.
Usando informações da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marivaldo informou que o Brasil é o 4º maior produtor e exportador de carne suína do mundo –“desempenho significativo quando comparado com a média mundial e essa trajetória está ancorada em mudanças organizacionais e no contínuo incremento tecnológico”.
Citou, ainda, que “existem dois grupos distintos de empresas e cooperativas que abatem suínos e processam carne suína no Brasil: as líderes de mercado e as organizações que atuam em mercados regionais e locais. Cada sistema está adaptado ao seu mercado e todos vêm ganhando eficiência e competitividade”.
Ao final, o representante da Fatecie disse que do ponto de vista técnico, levando em consideração aspectos zootécnicos e de sanidade, a suinocultura é viável na Amunpar. Lembrou das possibilidades ambientais, com aproveitamento dos dejetos para compostagem, biodigestor e geração de créditos de carbono, entre outras opções viáveis. Considerou, ainda, que as características geotopográficas não impede o desenvolvimento da suinocultura. “O Estado de Santa Catarina possui solo semelhante com relevo topográfico acidentado e ainda assim é grande produtor. Aqui temos a planície, que é mais favorável”, disse ele.
E finalizou que, do ponto de vista econômico, é preciso avaliar o modelo que a região quer seguir e o formato de investimento. Por isso, antes de conversar com possíveis futuros produtores, o G-8 vai conhecer as opções e levar uma proposta consistente para futuros suinocultores.