EUA acreditam ter identificado homem em vídeos de decapitação

O diretor do FBI (polícia federal norte-americana), James Comey, afirmou ontem que os EUA acreditam ter identificado o homem mascarado de sotaque britânico que aparece nos vídeos da decapitação de dois jornalistas norte-americanos e de um trabalhador assistencial britânico. Comey, porém, rejeitou divulgar seu nome ou nacionalidade.
O diretor do FBI também não abordou se os EUA acreditam que o homem seja realmente o autor das mortes. As decapitações completas não são mostradas nos vídeos, mas o militante fluente em inglês segura uma longa faca e parece começar a cortar as três vítimas, os repórteres James Foley e Steven Sotloff e do britânico David Haines.
No final de agosto, o embaixador britânico em Washington, Peter Westmacott, disse que o país estava perto de identificar o militante do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria da decapitação de Foley, em 19 de agosto, e de Sotloff, em 3 de setembro, ambos sequestrados na Síria. Nos vídeos, o homem encapuzado aparece vestido de preto fazendo ameaças aos EUA.
"Estou de volta, Obama, e estou de volta por causa de sua arrogante política externa em relação ao EI", diz o homem ao presidente dos EUA no vídeo que mostra a morte de Sotloff antes de ameaçar executar David Haines, cuja morte nas mesmas condições foi divulgada em 13 de setembro.
Em outro vídeo de 55 minutos do EI, com o título "Chamas da Guerra", é possível ver um militante jihadista mascarado falando um inglês impecável com sotaque americano ou canadense. "Não há dúvida de que se expressa com um sotaque norte-americano nesse vídeo, e essa é uma de nossas grandes preocupações atualmente", declarou Comey, referindo-se aos militantes extremistas que combatem na Síria e no Iraque provenientes da América do Norte e da Europa.
Os EUA lançaram quase 200 ataques aéreos contra o EI no Iraque desde agosto e, na segunda-feira (22), começaram a atacar o grupo na Síria com o objetivo de desmantelá-lo. A organização extremista declarou um califado ao longo da fronteira síria-iraquiana, impôs uma dura versão da lei islâmica e massacrou oponentes.