Família de Patrícia aguarda ansiosa pela decisão da justiça sobre a criança
Heloísa foi levada de casa pela mãe Patrícia em janeiro de 2014, quando tinha pouco mais de 20 dias de vida. Patrícia continua desaparecida.
A ansiedade gerada com a possibilidade de ter a neta novamente em casa fez a avó Nice Barbosa dos Santos Pereira preparar a cama no quarto onde a neta poderá voltar a dormir. Ela também comprou roupas e sonha conviver com a neta.
Na tarde de ontem, Diego Barbosa Pereira, tio de Heloísa, explicou que o pedido judicial já foi ajuizado. Ele comentou que ainda não teve contato com a sobrinha porque a família que possui a guarda da criança optou por essa condição.
A ação pedindo a guarda de Heloísa foi interposta pelo advogado paranavaiense Adelson Gomes Caetano. Ele ficou comovido ao ler a matéria do Diário do Noroeste (DN) editado no dia 16 de abril.
Na matéria foi relatado que a família procurava um profissional para entrar com a ação. Na ocasião os familiares tinham ido à Defensoria Pública e descobriram que o caso deles não poderia ser feito gratuitamente.
RELEMBRE O CASO – Mãe e filha sumiram no dia 6 de janeiro de 2014. Na ocasião Patrícia saiu com Heloísa, então com 22 dias. Ambas iriam a um posto de saúde para tomar vacina. Elas estavam sem os documentos pessoais e apenas com as roupas do corpo, além de R$ 10,00 para pagar o ônibus.
Durante as investigações várias informações foram averiguadas. Telefones foram rastreados e a perícia científica chegou a fazer um exame utilizando produtos que mostram evidência de sangue (luminol) em uma casa localizada em Paranavaí.
Os investigadores realizaram diversas buscas em locais variados apontados por denúncias anônimas. Nenhuma das informações levou até uma pista concreta que possa indicar o que de fato aconteceu após o desaparecimento.
Apesar dos esforços, de nada adiantou as incursões e em todo o período as investigações não evoluíram para uma prova concreta. Porém, o caso começou a ter uma guinada no ano passado.
O Conselho Tutelar de uma cidade localizada próxima a Loanda recebeu a denúncia que uma mulher não estaria grávida e teria aparecido com uma criança de colo. A suspeita foi até a Delegacia e prestou depoimento.
Na ocasião, a mulher alegou que teria feito inseminação artificial e que durante a gestação morou fora por causa do alto risco da gravidez. Sem comprovação da história apresentada e por causa da falta de lógica nos fatos, o delegado de Loanda, Luciano Purcino, pediu a realização de um exame de DNA da criança para confrontar com o da suposta mãe.
Na ocasião a menina tinha pouco mais de um ano e os investigadores de Loanda descobriram que para fazer a certidão de nascimento da criança a mulher usou documentação falsa dizendo que o parto aconteceu na residência.
A justiça retirou a criança de sua guarda e a mulher passou a responder inquérito policial. Porém, até então não havia nenhuma ligação do caso com o desaparecimento ocorrido em Paranavaí.
Tempos depois a menina começou a ser adotada por um casal e somente neste momento surgiu a suspeita de que se tratava de Heloísa. No mês de setembro do ano passado o delegado Gustavo Bianchi de Paranavaí pediu que o Poder Judiciário de Loanda autorizasse o confronto genético da criança com a avó e irmã da desaparecida.
A coleta do material das três pessoas só foi autorizado no início deste ano. Em fevereiro as amostras de sangue foram encaminhadas para Curitiba.
ONDE ESTÁ A MÃE
Nada de novo há nas investigações para encontrar Patrícia Barbosa Pereira, mãe de Heloísa. Investigadores de Paranavaí e de Loanda tentam localizar a primeira mulher a aparecer com Heloísa.
Os indícios são de que ele esteja residindo em algum assentamento na região de Querência do Norte. O delegado chefe de Paranavaí, Luiz Carlos Mânica, acredita que ela é peça fundamental para encontrar Patrícia.
Os familiares de Patrícia aguardam o desenrolar das investigações e acreditam que a história ainda terá um final feliz. “Do mesmo jeito que aconteceu o milagre de encontrar minha sobrinha, tenho fé em Deus que também encontraremos minha irmã”, disse o irmão da desaparecida.