Familiares de vítimas participaram de audiência de mediação

Familiares de treze adolescentes que morreram e outros que se feriram no incêndio no Ninho do Urubu, Centro do Treinamento do Clube de Regatas do Flamengo, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio, no dia 8 de fevereiro, participavam na tarde desta quinta-feira (21) da primeira audiência de mediação no Tribunal de Justiça do Rio. 
Segundo o desembargador Cesar Cury, todas as famílias de vítimas no incêndio decidiram participar do processo de mediação. Ele disse ainda que as famílias de todos os envolvidos, incluindo os outros meninos que estavam no contêiner, também foram chamadas. 
"Foram convidados todos os familiares de todas as vítimas desse episódio. Tanto os familiares das vítimas fatais, quanto dos sobreviventes. Os treze que estão lá dentro são os treze que atenderam os nossos chamados", afirmou. 
"A família de um dos jovens, do Jhonata, que ainda está internado no hospital, pediu que o processo de mediação fosse feito em outro momento. Eu sugeri que ele fosse iniciado desde já, mas que se alongasse por um pouco mais de tempo até a completa recuperação do Jhonata e os familiares poderem entender o que de fato aconteceu com ele", acrescentou. 
Ele afirma que o processo de conciliação pode ser individualizado para se encontrar os valores que melhor atendam as famílias das vítimas. Ele calcula em dois meses em média o prazo para se chegar em acordos: "Pelo o que eu vi até agora a adesão foi unanimidade, todas as colocações foram muito pertinentes e há grandes chances de esse processo se encerrar rapidamente".
Nesta quarta, a Defensoria Pública, Ministério Público e Ministério Público do Trabalho queriam que fosse pago a cada família R$ 2 milhões e uma pensão de, no mínimo, R$ 10 mil por 30 anos. A oferta do Flamengo era de R$ 300 a R$ 400 mil e 1 salário mínimo por 10 anos. 
Também nesta quarta-feira, o Ministério Público e a Defensoria entraram na Justiça pedindo a interdição imediata do Ninho do Urubu e o bloqueio de R$ 57 milhões do Flamengo.