Felipão diz que Aranha fez armação no caso de racismo

PORTO ALEGRE – O treinador do Grêmio, Luiz Felipe Scolari, disse ontem que o goleiro Aranha, do Santos, provocou uma "esparrela" -que significa armação- ao reclamar de ofensas racistas em jogo pela Copa do Brasil, em Porto Alegre, há três semanas.
A declaração, informal, ocorreu em um treino da equipe no estádio Olímpico.
Antes da atividade com os jogadores, segundo o jornal "Zero Hora", Felipão se dirigiu a um assessor de imprensa e disse: "Vê se eles [jornalistas] vão cair na esparrela do Aranha de novo. Fala com eles, diz para eles".
Procurada, a assessoria do clube não quis se manifestar.
As duas equipes voltam a duelar na Arena do Grêmio, amanhã, pelo Brasileiro.
Preocupada com o clima do reencontro do goleiro com a torcida gremista, o clube contratou cinegrafistas para filmar os torcedores e vai espalhar dirigentes como "olheiros" pelo estádio.
Na partida pela Copa do Brasil, torcedores xingaram Aranha de "macaco". Por causa das ofensas, o Grêmio foi excluído da competição.
Além dessas medidas, o clube também anunciou, ontem, que vai alterar a forma de venda dos ingressos da arquibancada popular onde se posicionam torcidas organizadas. Foi nesse ponto do estádio em que partiram os xingamentos a Aranha.
Os ingressos para esse setor -denominados arquibancada norte- serão vendidos individualmente apenas pela internet e com a identificação do RG do comprador.
No jogo pela Copa do Brasil, a auxiliar de odontologia Patrícia Moreira, 23, foi filmada pelas câmeras da ESPN Brasil gritando "macaco" para o jogador do Santos.