Festas e férias: períodos críticos para manter o estoque de sangue

Amanhã será comemorado o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. Para marcar a data, o Hemonúcleo Regional de Paranavaí realizou ontem um dia especial de coleta e de homenagem aos doadores.
Uma data oportuna, já que estamos entrando no período das festas de final de ano (Natal e Ano Novo), além das férias e do Carnaval. Essa combinação gera um cenário preocupante: mais necessidade e menos doações.
A chefe do Hemonúcleo de Paranavaí, Maria Luisa Dias Fraga Peron, detalha que nesta época muita gente deixa de doar por conta das festas e até mesmo das viagens.
Paralelamente, o cenário de festas e viagens provoca um aumento na demanda, especialmente por conta de acidentes. É nesta hora que entra a conscientização das pessoas, evitando acidentes e fazendo o esforço da doação.
Para evitar problemas, o Hemonúcleo, único fornecedor para toda a região, incluindo hospitais privados, mantém um estoque médio. Quando a quantidade aponta para níveis críticos, começa uma mobilização especial, que passa por contato aos doadores regulares, divulgação na mídia e, por fim, busca junto à rede dentro do Paraná.
Geralmente também os familiares e amigos de pessoas que recebem sangue são chamadas a colaborar. O ideal é que sejam três doadores para cada bolsa de sangue utilizada. Por enquanto, ainda é necessária essa medida, fala a chefe, complementando que o ideal é não lançar mão de tal recurso.
Maria Luisa esclarece que Paranavaí não tem recorrido à rede e, muitas vezes, auxilia outras unidades. O monitoramento leva em conta a quantidade de doadores e a média ao dia. O ideal é que sejam 20 doadores ao dia, mas, tem havido oscilação. O período médio entre a coleta e a utilização é de uma semana.
Esse variante torna ainda mais importante o Dia do Doador, estrategicamente no final de novembro. A validade do sangue é de 42 dias a partir da coleta. Significa que o esforço manterá o estoque até o dia 10 de janeiro, portanto, após os festejos do final do ano.
Ainda restarão as férias e o Carnaval, um feriado prolongado, a exemplo do Natal e do Ano Novo. Essas duas últimas festas serão realizadas em quatro e cinco dias sem expediente, respectivamente. Além de mais viagens e riscos, não haverá coleta.
Para doar é rápido e não existem grandes complicações. Apenas pequenos cuidados, cujas orientações são passadas no ato da coleta. Em média cada pessoa ocupa 30 minutos para doar sangue, um tempo curto, sobretudo se comparado ao benefício que proporciona.
O sangue é sempre gratuito. Por lei, não pode ser comprado ou vendido. É fornecido gratuitamente para toda a rede pública. No caso da rede privada é cobrado apenas o custo dos testes, esclarece Maria Luisa.
Quem vai doar pode ser beneficiado por leis de incentivo, como é o caso de Paranavaí. Toda pessoa que doa três vezes ao ano recebe a certificação estadual. Em Paranavaí, dá direito à gratuidade em eventos. Em várias cidades do Paraná existem benefícios. Ainda assim, o maior deles é fazer bem aos outros, conclui.

QUEM PODE DOAR

Para doar sangue é preciso estar em boas condições de saúde. O doador deve ter entre 18 e 65 anos e peso igual ou superior a 55 quilos. É preciso estar alimentado, evitando alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a coleta.
Homens podem doar quatro vezes ao ano, com intervalo de 60 dias. Já as mulheres podem fazer três coletas, obedecendo a intervalo de 90 dias. Para ser doador a pessoa deve levar documento de identificação oficial com foto (RG, Carteira de Habilitação, Carteira Profissional).
Estão impedidos de doar: Pessoas com gripe ou febre, gravidez ou amamentação, cirurgia de grande porte há menos de um ano, comportamento de risco em relação a AIDS e ter tido hepatite após os dez anos de idade.
Na rotina, as doações no Hemonúcleo Regional de Paranavaí acontecem de segunda à sexta-feira das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 15h30. Informações complementares podem ser obtidas através do telefone (44) 3421-5160.

Por que ser um doador de sangue?
Jonatas Moreno dos Santos, 28 anos, motorista, morador no Jardim Morumbi, em Paranavaí:
“Para ajudar ao próximo. É a quarta vez que eu venho. Peço que mais pessoas façam o mesmo. Não dói, não faz mal nenhum. Só faz bem para as outras pessoas”

Francisco Romano da Silva, 34 anos, gerente industrial, morador no Jardim Santa Cecília, em Paranavaí:
“Essa é a primeira vez. Sempre tive vontade, mas onde eu morava (Iguatemi, Mato Grosso) não tinha coleta. Por isso, não tive dúvidas. Vim hoje fazer a minha parte”

Vanessa Jorge da Silva, 35 anos, auxiliar de enfermagem, moradora em Paranavaí:
“Sou doadora há mais de dez anos e pretendo continuar. Minha intenção é ajudar as pessoas. Trabalho com saúde e vejo a dificuldade em muitos momentos”