Firmas que pagaram a militar têm R$ 4,8 bi de contratos na estatal
As empreiteiras que pagaram R$ 4,8 milhões ao diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, fecharam contratos de ao menos R$ 4,8 bilhões com a empresa de energia atômica entre 2009 e 2015.
Responsável pelas usinas nucleares e pela construção de Angra 3, a Eletronuclear, controlada pela Eletrobras, responde por 3% da geração de energia elétrica no país.
Ela foi o foco da Operação Lava Jato em sua 16ª fase, deflagrada na terça (28). Othon, vice-almirante da reserva da Marinha, foi um dos presos.
Segundo a força-tarefa, o dinheiro pago ao militar por meio de sua empresa Aratec Engenharia era propina das empresas interessadas em negócios com a Eletronuclear.
Levantamento feito pela reportagem mostra que a empreiteira Andrade Gutierrez fechou R$ 1,55 bilhão em contratos e aditivos de 2009 a 2015. O maior, assinado por Othon, é de R$ 1,2 bilhão. No mesmo período, diz a investigação, a empreiteira transferiu R$ 3,7 milhões para a firma de Othon que, segundo a Receita, tinha só um empregado. Os pagamentos ocorreram por meio das empresas CG, JNobre e Deutschebras.
Dois consórcios, o Una 3 e o Angra 3, foram criados pelas empreiteiras para colocar a unidade de pé até 2018, com contratos de R$ 1,7 bilhão e R$ 1,3 bilhão, respectivamente.
Participantes desses consórcios também fizeram pagamentos à firma do almirante por serviços identificados nas notas como "assessoria", "consultoria" e "tradução".
A Engevix fechou seis contratos com a Eletronuclear no valor total de R$ 136 milhões. No mesmo período, pagou R$ 765 mil à Aratec por meio da Link Projetos, além de R$ 45,9 mil em pagamento direto.
Os procuradores da Lava Jato começaram a investigar a Eletronuclear depois que o ex-presidente da construtora Camargo Corrêa Dalton Avancini fechou acordo de delação premiada e passou a colaborar com as investigações.
Ele afirmou que as empreiteiras interessadas em trabalhar com a Eletronuclear se organizaram num cartel para dividir os contratos da estatal.
Segundo Avancini, pela Camargo atuava nas negociações o diretor de Energia, Luiz Carlos Martins, que lhe informou, em 2011, sobre um acordo segundo o qual o edital para Angra 3 "seria direcionado no sentido de que tais empresas fossem vencedoras".
"O filtro para o direcionamento da licitação seria aplicado quando da habilitação prévia das empresas, de modo a excluir as que não estivessem nesse grupo de seis empresas", disse Avancini.
Avancini também contou em delação que "foi reportado" por Martins que "havia um acerto futuro do pagamento de propina a funcionários da Eletronuclear, sendo citada nominalmente a pessoa de Othon Luiz Pinheiro".
Responsável pelas usinas nucleares e pela construção de Angra 3, a Eletronuclear, controlada pela Eletrobras, responde por 3% da geração de energia elétrica no país.
Ela foi o foco da Operação Lava Jato em sua 16ª fase, deflagrada na terça (28). Othon, vice-almirante da reserva da Marinha, foi um dos presos.
Segundo a força-tarefa, o dinheiro pago ao militar por meio de sua empresa Aratec Engenharia era propina das empresas interessadas em negócios com a Eletronuclear.
Levantamento feito pela reportagem mostra que a empreiteira Andrade Gutierrez fechou R$ 1,55 bilhão em contratos e aditivos de 2009 a 2015. O maior, assinado por Othon, é de R$ 1,2 bilhão. No mesmo período, diz a investigação, a empreiteira transferiu R$ 3,7 milhões para a firma de Othon que, segundo a Receita, tinha só um empregado. Os pagamentos ocorreram por meio das empresas CG, JNobre e Deutschebras.
Dois consórcios, o Una 3 e o Angra 3, foram criados pelas empreiteiras para colocar a unidade de pé até 2018, com contratos de R$ 1,7 bilhão e R$ 1,3 bilhão, respectivamente.
Participantes desses consórcios também fizeram pagamentos à firma do almirante por serviços identificados nas notas como "assessoria", "consultoria" e "tradução".
A Engevix fechou seis contratos com a Eletronuclear no valor total de R$ 136 milhões. No mesmo período, pagou R$ 765 mil à Aratec por meio da Link Projetos, além de R$ 45,9 mil em pagamento direto.
Os procuradores da Lava Jato começaram a investigar a Eletronuclear depois que o ex-presidente da construtora Camargo Corrêa Dalton Avancini fechou acordo de delação premiada e passou a colaborar com as investigações.
Ele afirmou que as empreiteiras interessadas em trabalhar com a Eletronuclear se organizaram num cartel para dividir os contratos da estatal.
Segundo Avancini, pela Camargo atuava nas negociações o diretor de Energia, Luiz Carlos Martins, que lhe informou, em 2011, sobre um acordo segundo o qual o edital para Angra 3 "seria direcionado no sentido de que tais empresas fossem vencedoras".
"O filtro para o direcionamento da licitação seria aplicado quando da habilitação prévia das empresas, de modo a excluir as que não estivessem nesse grupo de seis empresas", disse Avancini.
Avancini também contou em delação que "foi reportado" por Martins que "havia um acerto futuro do pagamento de propina a funcionários da Eletronuclear, sendo citada nominalmente a pessoa de Othon Luiz Pinheiro".