Flashes sobre a Unespar

A APROVAÇÃO do projeto de lei nº 144/2013, do Poder Executivo, nesta terça-feira (4) pela Assembleia Legislativa, depois de muitas discussões, pode ser classificada como uma das maiores conquistas políticas de Paranavaí e da região Noroeste do Paraná que integra a Amunpar. Tem grande significado em termos de desenvolvimento regional, através do conhecimento e tecnologia que advirão da localização da sede da Reitoria da Universidade Estadual do Paraná, e confirma a liderança da Amunpar, através do presidente Claudio Golemba, prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti, deputado estadual Teruo Kato e dirigentes de associações e sindicatos que participaram do movimento.

AO CONCLUIR os trabalhos do Plenário, na histórica sessão, o presidente da Alep, Valdir Rossoni (PSDB), voltou a enaltecer a importância do debate e disse que a decisão de instalar a Reitoria em uma cidade do interior dará mais legitimidade à instituição. “Fica muito mais funcional a Reitoria estar integrada a uma estrutura avançada no interior. Aliado a isso, leva o desenvolvimento para a região”, declarou.

EM SEU pronunciamento, segunda-feira na Alep, o secretário de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, disse que o problema da distância entre Paranavaí e Curitiba deixa de existir com a criação, em curso, de um escritório, dentro da própria Secretaria, em Curitiba, para atender e cuidar dos assuntos de todas as sete universidades estaduais que fazem parte da Unespar. A distância era um dos argumentos dos contrários. Epa!

DOS 53 deputados estaduais, na primeira votação o projeto em prol de Paranavaí foi aprovado com 45 votos favoráveis e nenhum contrário; e na segunda discussão recebeu 46 votos “sim” e nenhum voto “não”. Durante as votações diversos parlamentares discursaram defendendo seus argumentos sobre a cidade que tinha melhores condições para abrigar a Reitoria da Unespar. Foram apresentadas três emendas, propostas por diversos deputados, transferindo a decisão de escolha da cidade para o Conselho Universitário da instituição. Mas nenhuma foi acolhida. O deputado Elio Rusch (DEM), que relatou as emendas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deu parecer contrário às emendas, argumentando que elas invadiriam a esfera de competência privativa do Poder Executivo e que aumentariam as despesas do Governo. O parecer de Rusch recebeu 32 votos favoráveis e 14 votos contrários – pelo que as emendas foram, assim, rejeitadas.

O PRESIDENTE do Sindicato Rural Patronal de Paranavaí, Ivo Pierin Júnior, um dos artífices do movimento pró-reitoria, disse ontem que deve ser reconhecido o empenho também dos deputados Valdir Rossoni (presidente da Alep) e Ademar Traiano (líder do governo). Desde o ano passado, quando começaram as discussões, eles se posicionaram a favor de Paranavaí.

O PREFEITO Rogério Lorenzetti destacou ontem na entrega das obras de reavivamento da Praça do Japão Cidade de Toyohashi, que a conquista da Reitoria da Unespar foi um luta muito grande. O prefeito destacou a união de esforços de todos os prefeitos da região, vereadores e outras lideranças, e deputados que votaram a favor do projeto de autoria do Executivo Estadual. Ele voltou a agradecer a decisão histórica  do governador Beto Richa.

CRIADA ainda em 2001, pela Lei Estadual nº 13.283, a Unespar reúne oito faculdades estaduais que ainda não faziam parte de nenhuma das outras seis universidades mantidas pelo Governo do Estado. Com 67 cursos de graduação, cerca de 800 professores e aproximadamente 13 mil alunos, a Unespar é composta pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap); Faculdade de Artes do Paraná (FAP); Escola Superior de Segurança Pública (Academia do Guatupê); Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam); Faculdade Estadual de Educação, Ciência e Letras de Paranavaí (Fafipa); Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar); Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória (Fafiuv).

OFICIALMENTE a sede da reitoria da Unespar ainda está em Jacarezinho, no Norte Pioneiro, onde foi prevista sua instalação quando da criação da universidade, em 2001. Mas a instituição só saiu do papel em 2011, quando o atual governo se empenhou em sua implantação. Na ocasião verificou-se que, em 2005, havia sido criada a Universidade do Norte do Paraná (UENP), reunindo faculdades isoladas de Bandeirantes, Cornelio Procópio, Cambará e Jacarezinho, e estabelecendo a sede neste último município. A lei que criou a UENP, no entanto, não mencionava uma nova sede para a Unespar. Atualmente a reitoria funciona provisoriamente em Curitiba

DO BLOG do Taturana: “O PT com 5 votos e o PMDB e PSB com 2 votos cada, foram as bancadas mais representativas na votação do projeto da lei que institui e Unespar e define Paranavaí como sede da Reitoria. A aprovação da criação da Universidade foi por unanimidade, mas a sede em Paranavaí recebeu 14 votos contrários. Do PT votaram contra Paranavaí os deputados Péricles Mello, Professor Lemos, Tadeu Veneri, Toninho Wandscheer e Elton Welter. Do PMDB, Anibelli Neto e Stephanes Júnior e do PSB, Gilberto Ribeiro e Hermas Brandão Filho. Ainda votaram contra Paranavaí os deputados Adelino Ribeiro (PSL), Alceu Maron (PSDB), Marla Tureck (PSD), Nelson Justus (DEM) e Rasca Rodrigues (PV)”.

DE UM deputado que se diz representante do Norte do Paraná, ao chegar à Alep e ver todo aquele movimento: “Que votação é essa que está tendo aí?”

A VOTAÇÃO sobre a Unespar na Alep provocou confronto entre seguranças da Assembleia Legislativa e manifestantes contrários a Paranavaí. A proposta acabou sendo aprovada, mas seguranças da Casa chegaram a retirar à força um estudante que protestava nas galerias do plenário, incomodando os presentes. Desde o início da sessão, as galerias foram ocupadas por manifestantes favoráveis à instalação da Reitoria em Paranavaí, e os que defendiam que a mesma ficasse em Curitiba. A confusão maior ocorreu quando um manifestante – estudante de Psicologia e secretário da União Paranaense dos Estudantes – que portava uma bandeira da União Nacional dos Estudantes (UNE) teve um cartaz tomado pelos seguranças e partiu para o confronto aos gritos, exigindo a devolução do material. Um cartaz defendia a autonomia universitária como “uma conquista do sangue inocente derramado pelos mortos pela ditadura militar”.

NO ANO passado o mesmo universitário havia invadido o plenário da Alep durante votação do projeto que autorizou o governo a repassar serviços públicos para organizações sociais. O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), interrompeu a sessão e determinou que ele fosse retirado.