Fórum debate condições de acessibilidade em Paranavaí

Na tarde de ontem, representantes de diferentes segmentos da sociedade participaram do 1º Fórum Paranavaiense de Acessibilidade. Em foco, as mudanças de que o comércio urbano necessita para atender pessoas com deficiência e quem tem mobilidade reduzida.
O debate foi proposto após uma recomendação feita pelo Ministério Público (MP) para a Administração Municipal para que fiscalize as lojas da cidade e notifique os estabelecimentos que não fizerem as adequações exigidas por lei.
A indicação do MP também foi dirigida para a Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), no sentido de que oriente os associados a adotarem medidas de acessibilidade e contribuam para que todos possam fazer suas compras no comércio local.
O Fórum de Acessibilidade foi realizado na sede da Aciap, e o presidente Márcio Catiste reconheceu que o prédio apresenta obstáculos para receber pessoas com mobilidade reduzida. “A entidade tem 60 anos, mas agora nos deparamos com uma nova realidade e precisamos nos adequar”.
De acordo com Catiste, mais do que resolver o problema internamente, é preciso estender essa consciência cidadã a toda a comunidade paranavaiense. “A Aciap vai levar essa ideia para os comerciantes, sejam associados ou não”.
Na opinião do prefeito Rogério Lorenzetti, adaptar a cidade para que essa parcela da população tenha autonomia e segurança “é imperativo”. Por isso, uma comissão foi formada pela Administração Municipal para avaliar os prédios públicos e identificar o que precisa ser feito neste sentido.
Lorenzetti ressaltou que não dá para resolver todas as questões de acessibilidade em pouco tempo, mas garantiu que as cobranças serão incisivas tanto entre a classe empresarial quanto nos prédios públicos da cidade.
MINISTÉRIO PÚBLICO – A promotora Susy Mara de Oliveira explicou que a recomendação encaminhada à Prefeitura de Paranavaí e à Aciap tem como principal objetivo promover a inclusão social das pessoas com deficiência, garantindo que “todos tenham os mesmos direitos”.
Inicialmente, os empresários deverão dar prioridade à construção de rampas de acesso e à instalação de equipamentos de segurança nos banheiros de seus estabelecimentos comerciais. Caso isso não aconteça, a loja poderá ter o alvará de funcionamento suspenso e ficará sujeita à aplicação de multa.
O juiz de Direito Max Paskin Neto salientou que a solução dos problemas enfrentados pela sociedade não podem ficar totalmente sob a responsabilidade do poder público. Ao contrário, “todos devem incorporar essa ideia e contribuir para resolver o problema da acessibilidade”.
Por experiência própria, contou Paskin Neto, o custo para adaptar as empresas não é alto, mas o resgate da dignidade dos cidadãos não tem preço. “Há soluções móveis e temporárias a custo baixo. Não é necessário fazer grandes obras”.
PODER LEGISLATIVO – O presidente da Câmara de Vereadores, Mohamad Smaili, assumiu o compromisso de iniciar, juntamente aos companheiros do Poder Legislativo, um projeto que contemple a implantação de equipamentos de acessibilidade na Casa de Leis de Paranavaí.
Já o vereador Claudemir Barini disse acreditar que a cidade tem potencial para o desenvolvimento, mas que isso depende da defesa incessante dos interesses de todos os cidadãos, independentemente das necessidades de cada um.

Cadeirantes avaliam acessibilidade em Paranavaí

Pessoas com mobilidade reduzida participaram do 1º Fórum Paranavaiense de Acessibilidade, realizado ontem. Na ocasião, falaram sobre as dificuldades que encontram no dia a dia, para desenvolverem tarefas corriqueiras, como comprar uma roupa ou passar pelas calçadas da cidade.
Para o cadeirante Devair Cardoso, os debates são extremamente importantes, porque evidenciam a necessidade de investir na acessibilidade, mas “bom mesmo será se o problema for resolvido e não ficar só na conversa”.
Silvânia Márcia também não está satisfeita. “Muitas vezes preciso provar uma roupa na calçada, porque não tem como entrar na loja”. Ela falou, ainda, sobre a falta de banheiros prontos para abrigar pessoas com mobilidade reduzida.
O presidente da Associação de Pessoas com Deficiência de Paranavaí, Neil Emídio Junior, estima que a cidade tenha cerca de 30 mil pessoas entre aquelas que têm ou convivem com quem tenha mobilidade reduzida.
Desta forma, disse ele, é necessário criar um fórum permanente para traçar estratégias eficientes de adequações em toda a cidade. “É um direito que temos e que garante a dignidade humana. Estamos trabalhando pelo bem comum”.