Fórum mostra que é imprescindível combater a corrupção

CURITIBA – Sucesso de público com lotação máxima de duas mil pessoas, o 2º Fórum Transparência e Competitividade, promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e pelo Centro Internacional de Atores Locais para a América Latina (Cifal) Curitiba, na última quinta-feira (10), encerrou com um extenso conteúdo sobre o impacto da corrupção na competitividade e economia, e como ela deve ser combatida com eficiência pelo empresariado.
A última palestra, do juiz federal Sergio Moro, falou sobre a corrupção sistêmica existente no país, e de que forma ela gera impactos no desenvolvimento e na economia do Brasil – afastamento de investidores externos, que não vêm ao Brasil por ter de arcar com custos sistêmicos de propina, foram alguns dos exemplos citados pelo juiz.
Moro também ressaltou que “varrer esses problemas para baixo do tapete não é a alternativa nem econômica nem moralmente aceitável. Se varrermos, daqui a dez anos vamos enfrentar uma crise pior, arcando com custos cada vez mais crescentes. Afastaremos o investidor externo, o empresário interno, além do impacto na nossa autoestima e na nossa democracia”.
O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, avaliou a importância do evento.
“Com este fórum mostramos a importância de as empresas se envolverem no combate à corrupção. Esperamos que ele seja uma luz para que as empresas percebam que existe um mercado ético pela frente e é preciso se ajustar a ele. O bom exemplo começa em nossa casa e precisamos transportá-lo para nossas empresas, para evitar que práticas corruptas voltem a ocorrer dentro do mundo corporativo. O Sistema Fiep está engajado neste movimento e promoveremos outras ações para disseminar a importância de combater práticas corruptas junto ao setor industrial paranaense”.
ABERTURA – A primeira palestra, do jornalista William Waack, destacou diversos aspectos da crise política no país – o âncora do “Jornal da Globo”, professor da Universidade de São Paulo e Cientista Político formado pela Universidade de Mainz, declarou que “se sente em casa” na crise política brasileira.
“Medimos uma crise pela velocidade dos fatos, é o maior indicador da gravidade, e é o que estamos vivendo”.
Waack também pontuou que a corrupção não é o único fator responsável pela atual crise. “Ao desastre chegaríamos mesmo sem a roubalheira. Por trás do fracasso das principais políticas de crescimento, estão as ideias erradas”.
No painel “A gestão organizacional em face da corrupção”, a educação no ambiente empresarial foi tema recorrente entre os participantes, que abordaram algumas formas de combate aos desvios de conduta, desde a vigilância até a necessidade de melhorias pessoais, como apontou o gerente do Programa de Desenvolvimento Local do Instituto das Nações Unidas de Treinamento e Pesquisa (Unitar), Alex Mejía.
A tarde teve sequência com o debate “O sistema anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores”. Um dos palestrantes, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Modesto Carvalhosa, defendeu a quebra de interlocução entre empresas e agentes públicos para diminuir a corrupção.

Fórum mostra que é imprescindível combater a corrupção

A presidente Dilma Rousseff afirmou na entrevista coletiva no Palácio do Planalto que o governo “repudia em gênero, número e grau” o pedido de prisão do ex-presidente Lula feito pelo Ministério Público de São Paulo.
“Eu acredito que o pedido de prisão do presidente Lula passou de todos os limites. Não existe, e acho que isso é quase consenso entre os juristas, base nenhuma para esse pedido. É um ato que ultrapassa ao bom senso, é um ato de injustiça e é um absurdo que um País como o nosso assista calmamente um ato desse contra uma liderança política responsável por grandes transformações no país e respeitado internacionalmente.”
A presidente também disse que, nesse momento, o governo chama os brasileiros ao diálogo e à pacificação. “Nós todos devemos isso ao País”, ressaltou.
Durante a entrevista, a presidente Dilma reiterou sua posição contrária ao vazamento, que classificou como absolutamente “seletivo”, da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), divulgada em 3 de março pela revista IstoÉ.
“Por que é que de 400 páginas, conforme a revista diz, vazaram só páginas que diziam respeito a mim? E que, ao que parece pelo assunto vazado, não devem ser muitas. Por que nenhum jornal ou nenhuma televisão que anunciou que a questão de Passadena tenha sido arquivada pelo procurador da Justiça não lembrou disso nas suas matérias?”, questionou.