Frio deve continuar no Centro e Sul do Brasil até o fim de semana

BRASÍLIA – As temperaturas vão continuar baixas até o fim de semana nas Regiões Sul, Sudeste, em partes da Região Centro-Oeste e até mesmo no interior do Nordeste, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A queda na temperatura é devido à chegada de uma intensa massa de ar frio pelo Oceano Atlântico, com os ventos alcançando o interior do continente.
“Os ventos intensos e úmidos soprando do Oceano Atlântico, provocados pelo gradiente (diferença) de pressão atmosférica, especialmente na faixa centro-leste do país, promoverão uma sensação térmica de frio ainda menor”, ressaltou o Inmet, em nota.
A previsão é que o anticiclone enfraqueça e se afaste para leste do Oceano Atlântico a partir de quinta, quando as temperaturas se elevarão gradualmente.
Segundo o Inmet, as massas de ar polar continuarão se deslocando pelo oceano e para o sul do continente e os reflexos na temperatura dependerão da intensidade de cada massa e dos ventos.
PARANAVAÍ – Segundo o Simepar, as temperaturas mínimas devem permanecer entre 11ºC e 13ºC até o fim de semana em Paranavaí. E as máximas devem variar entre 22ºC e 23ºC.
SENSAÇÃO TÉRMICA – O frio intenso desta semana foi sentido até Belo Horizonte – 8,9ºC. Mas a sensação térmica chegou a – 5ºC em regiões da capital mineira, onde foram registrados ventos de até 78 km/h.
Mas o que é a sensação térmica? E como ela é calculada? “É a diferença entre o que o aparelho (de medição) registra e o que o corpo humano de fato sente nas condições de um lugar em um determinado momento. Para calculá-la, usamos uma tabela que leva em conta algumas variáveis, como a temperatura e a intensidade do vento, no caso de temperaturas mais frias”, diz Manoel Rangel, do Inmet.
Quanto maior a altitude de uma cidade, mais comuns são as temperaturas baixas, como é o caso de Urupema, que fica a 1.750 metros acima do nível do mar.
“À medida que você se distancia do nível do mar, a atmosfera fica mais rarefeita. Há menos vapor em suspensão no ar, um dos componentes responsáveis por regular a temperatura, já que a água retém calor”, afirma Alexandre Nascimento, da Climatempo.
VENTO E UMIDADE – Mas, quando há vento de altas velocidades, como o registrado em Belo Horizonte, o frio fica ainda mais acentuado.
Nascimento explica que, no caso do calor, o que mais influencia uma sensação termina é a umidade.
“Nosso corpo usa a água liberada por meio do suor para se resfriar. Se a umidade no ar está alta, isso significa que há mais água no ambiente. Então, suamos menos, aprisionando o calor no corpo e criando uma sensação de abafamento”, afirma Nascimento.
O especialista explica como isso afeta, por exemplo, a cidade de Manaus, que fica em uma região muito úmida. “No verão, faz cerca de 30ºC por lá, mas, por causa da umidade da floresta, a sensação térmica pode ser de 10ºC a mais”, diz.
“Assim, 40ºC em Cuiabá, onde é mais seco, pode significar um calor menos ‘intenso’ do que 30ºC em Manaus.”
Os meteorologistas esclarecem, no entanto, que a sensação térmica é calculada levando em conta as condições médias do corpo humano. “É algo subjetivo, porque cada pessoa percebe a temperatura de uma maneira diferente. Uma pessoa com mais gordura corporal tende a sentir menos frio que alguém mais magro”, explica Rangel.
“O cálculo tanto do índice de calor quanto de frio é baseado em uma equação matemática que leva em conta as características médias da população. Se não fosse assim, seria preciso ter um termômetro para cada pessoa”, afirma Nascimento. (Fonte: ABR e Uol).