Fugitivo recapturado após roubar carro

Três presos da Cadeia Pública de Nova Esperança conseguiram fugir ontem de madrugada, mas a liberdade durou pouco, pois todos acabaram recapturados. Um deles ainda tentou se livrar da ação policial e roubou um veículo, porém, se acidentou logo depois, sendo preso novamente.
O delegado de Nova Esperança, Leandro Farnese Teixeira, confirmou ao Diário do Noroeste que os presos fugiram por um buraco de cerca de 20 centímetros de diâmetro. Apesar de serem magros, uma fuga impressionante pelo pouco espaço. Chegaram a ter ferimentos provocados pelo “aperto” para ganhar a liberdade.
Um foi preso logo depois da fuga pela Polícia Militar, ainda nos arredores da cadeia. Os outros dois foram mais longe, continuando a fuga até o fim da manhã. Um se rendeu sem resistência quando avistado, mas o terceiro continuou a sua tentativa de fuga, quando assaltou o motorista do veículo. Farnese Teixeira informa que, embora não estivesse armado, o fugitivo simulou ter em mãos uma arma de fogo.
Mesmo estando de carro, o foragido ainda estava sendo acompanhado pelas equipes da PM. Foi quando perdeu o controle do carro e tombou numa canaleta da BR-376, sendo finalmente recapturado.
SUPERLOTAÇÃO – O delegado demonstrou preocupação com a situação da cadeia pública. lembra que se trata de uma estrutura antiga, o que facilita a escavação de túneis ou de buracos na parede.
Também a superlotação agrava o cenário. A unidade tem estrutura para abrigar 24 presos, mas tinha 114 na tarde de ontem. Com tanta gente, a fiscalização se torna ainda mais difícil. Sem contar que sempre haverá mais detentos para revezar em caso de escavações ou quebra de grade.
A cadeia já teve 15 agentes penitenciários. Mas, atualmente apenas seis fazem o serviço, se revezando em escalas de 12 horas de trabalho por 36 de descanso.
Levando em conta o trabalho burocrático, é praticamente um funcionário por plantão, atesta. Nos próximos dias a expectativa é reforçar o quadro para 12 agentes.
No caso específico de ontem, os três fugitivos estavam separados em um único setor porque se envolveram em briga anterior. São presos condenados. O que assaltou o motorista tem condenação de 28 anos de cadeia por latrocínio (roubo com resultado de morte). Agora vai responder pelos outros crimes, podendo pegar de quatro a dez anos pelo assalto.
Na prática, terá mais de 30 anos de cadeia para cumprir, o que, na avaliação do delegado, exigiria uma estrutura mais segura de prisão.
De acordo com Farnese Teixeira, 60 detentos já estão condenados, portanto, deveriam estar em penitenciárias. A cadeia opera com liminar da Justiça, finaliza.