Fundação Cultural lança nova edição do Projeto Leitura Sem Fronteiras na 8ª SDP

Ontem pela manhã, o presidente da Fundação Cultural de Paranavaí, Paulo Cesar de Oliveira, o diretor geral Amauri Martineli, a coordenadora da Biblioteca Municipal Júlia Wanderley, Maria Esther Ferezin Camargo, e a coordenadora do Projeto Leitura Sem Fronteiras, Luiza Grolli, estiveram na 8ª Subdivisão Policial (SDP) de Paranavaí para conversar com o delegado chefe, Osmir Ferreira Neves Junior, e o delegado operacional Carlos Henrique Rossato Gomes sobre a implementação da nova edição do Projeto Leitura Sem Fronteiras no Setor de Carceragem Temporária (Secat).
Os dois delegados receberam a equipe da Fundação Cultural com boas expectativas, já que o projeto de incentivo à leitura se tornou bastante tradicional em Paranavaí, onde é realizado há 15 anos. “O Leitura Sem Fronteiras começou na gestão do ex-prefeito AntonioTeruo Kato”, lembrou Paulo Cesar de Oliveira. Durante o encontro, Neves Junior falou que há poucas alternativas capazes de contribuir para a melhoria do preso que foi condenado. “Além disso, hoje eles têm um motivo a mais para ler. Contamos com uma lei garantindo a remissão de pena para leitores”, disse o delegado chefe, acrescentando ter percebido que o interesse pela leitura é sempre maior entre os presos de menor instrução.
A coordenadora da biblioteca, Maria Esther, complementou que ao longo dos anos constataram um interesse maior por parte das mulheres. Há casos de detentos tão apegados a algumas obras que chegam a pedir mais tempo com os livros. Para Luiza Grolli, se a leitura puder fazer algo por um detento já significa um avanço. Na oportunidade, o delegado chefe declarou que no Secat os presos ficam em situação de fragilidade por estarem afastados das ruas, amigos e familiares. “Aqui dentro acontece do preso agir como outra pessoa. Se acalma, mas isso não significa que mudou de índole. É uma realidade temporária de confinamento. Por isso, o acesso aos livros pode fazer uma boa diferença na vida deles”, afirmou Neves Junior.
O principal objetivo do projeto é facilitar o acesso dos detentos aos livros dos gêneros romance, didático e autoajuda.De acordo com o presidente da Fundação Cultural, todas as diretrizes de funcionamento do Leitura Sem Fronteiras no Secat são repassadas aos agentes carcerários que se tornam os responsáveis pela coordenação de tudo – desde os empréstimos das obras até a disposição dos títulos. “Só temos a agradecer os doadores da Biblioteca Júlia Wanderley porque eles garantem o funcionamento do projeto”, declarou Maria Esther. O próximo passo é a implementação do projeto na Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (Fafipa), onde os universitários vão receber doações de livros. (Por David Arioch, da Fundação Cultural)