Futuro dirigente da China pede que Japão coopere em disputa de ilhas

O futuro presidente da China, Xi Jinping, pediu ontem que o Japão coopere para resolver a disputa por um arquipélago no mar do leste da China. As declarações foram feitas em encontro com um enviado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Os dois países querem o controle de um arquipélago, chamado de Senkaku por Tóquio e Diaoyu por Pequim. A disputa provocou protestos violentos na China, que afetaram inclusive a operação de empresas japonesas. O território também é reivindicado por Taiwan, onde são chamadas de Tiaoyutai.
A disputa aumentou em setembro, quando o governo nipônico comprou o território de um empresário local, gerando irritação dos chineses. Os três países dizem que o arquipélago possui grandes reservas de gás natural.
No encontro, o atual secretário-geral do Partido Comunista disse que a posição da China sobre as ilhas é clara e consistente e que espera a cooperação do Japão para resolver o tema. "Os japoneses precisam lidar com a história e os fatos, tomar ações práticas e trabalhar para conseguir a solução do problema pelo diálogo".
Segundo a agência de notícias Ximhua, as declarações foram feitas em uma reunião com o enviado especial da coalizão governista japonesa, Natsuo Yamaguchi, quem considera que as diferenças entre os dois países podem se resolver rapidamente.
Ele também entregou uma carta de Shinzo Abe, em que o primeiro-ministro deseja sorte a Xi Jinping, que assumirá a China em março. Abe também pede o aumento da cooperação entre os dois países, apesar da disputa territorial.
Disputa – O conflito entre os dois países se intensificou em setembro, quando o Japão anunciou ter comprado as ilhas, que pertenciam a um dono particular japonês e eram patrulhadas pela Guarda Costeira do país.
Na época, o então vice-presidente chinês e futuro mandatário do país, Xi Jinping, chamou a transação de "farsa". "O Japão deveria moderar seu comportamento e interromper quaisquer palavras e atos que abalem a soberania e a integridade territorial da China".
A disputa com o Japão provocou uma série de manifestações em cidades chinesas, algumas violentas. Milhares de pessoas protestaram em frente a representações diplomáticas de Tóquio e depredaram carros e empresas de origem japonesa.
Temendo retaliação, as multinacionais nipônicas suspenderam suas atividades, entre elas Panasonic, Toyota, Nissan e Honda. As vendas locais também foram prejudicadas por um boicote. Desde então, os dois países continuaram as disputas, mas com manifestações menos intensas.
Na maioria dos casos, barcos e aviões chineses estiveram no território das ilhas, o que provocou protestos formais de Tóquio.