G8 trabalhará para Paranavaí se tornar polo promotor de inovação

As entidades que formam o G-8, grupo que reúne entidades não governamentais de fomento econômico de Paranavaí e região, devem se “reinventar” e, neste processo, o “ingrediente preponderante é pensar em inovação”. A proposta (acatada) foi feita pelo representante do Sebrae no G-8, Wellinton Perdomo, lembrando a necessidade de as entidades se manterem necessárias para seus representados.
“O propósito de tudo isso é posicionar as nossas entidades e a nossa cidade e, por consequência, a nossa região, como um polo promotor de inovação. Se nós tivermos empresas inovadoras, entidades inovadoras, naturalmente a nossa cidade vai ser uma inovadora. Então essa é a proposta: pensar em Paranavaí, pensar na região do futuro, começando com o nosso dever de casa, que é o nosso dia a dia nas entidades”, explicou.
A reunião do grupo foi realizada na Associação de Microempresas de Paranavaí (Ampec Micropar) e outros assuntos entraram em pauta, como a possibilidade de constituição de uma nova Área de Proteção Ambiental (APA) em Paranavaí, com cerca de 4 mil alqueires, dez vezes maior que a APA do Ribeirão Arara, a visita a uma cooperativa de suinocultores no oeste do Estado e a busca por fontes alternativas de energia elétrica.
INOVAÇÃO – O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP), Maurício Gehlen, considerou positiva a proposta do representante do Sebrae. Ele lembrou que o G-8 reúne entidades que contribuem com o desenvolvimento do setor produtivo e da cidade. E são entidades que atuam em outras frentes como o Codep (Conselho de Desenvolvimento de Paranavaí) e a Sociedade Civil organizada, que podem e devem levar esta proposta de a cidade ser polo produtor de inovação à outras instituições.
Perdomo explicou que as empresas estão se reinventando, estão pensando cada vez mais em maneiras diferentes de atrair o cliente. “A economia mudou, o fluxo do dinheiro mudou. O dinheiro continua circulando, as pessoas continuam consumindo, mas o caminho que o dinheiro percorria antigamente não é o mesmo que percorre hoje”, disse ele, acrescentando que essa nova economia de novos modelos de negócios está cada vez mais impactando o dia a dia dos comerciantes da cidade, principalmente o pequeno. “Será que daqui cinco anos o varejo de rua que a gente conhece vai continuar existindo? Será que as pessoas vão continuar comprando do jeito que elas compram hoje? A tendência é que não, porque cada vez mais as coisas evoluem e muito mais rápido do que a gente imagina”, alerta ele.
O consultor aponta que “neste mesmo sentido, as entidades que representam estas empresas também precisam se reposicionar. A nova economia exige um Sebrae diferente, uma ACIAP diferente, um sindicato, uma associação de microempresa diferenciados, que atraia seus representados, de maneira que eles vejam de fato o valor da entidade. Para que estas entidades existem? Será que o que eu uso da ACIAP, que eu uso do Sebrae, do Sindicato Rural, eu poderia ter isto de uma outra maneira?”, questiona.
Enquanto algumas entidades demoram a absorver esta nova realidade, outras empresas, com serviços semelhantes, estão surgindo. “A ideia é que, como toda empresa, toda entidade precisa se reinventar, se resignificar. O chamado é para que nós, que estamos hoje à frente destas entidades, pensemos no futuro delas. (…) Como é que a empresa do futuro quer que a ACIAP do futuro seja? Mas para que o futuro aconteça, nós temos que pensar nisso hoje”.
Ele defende que “quando, por exemplo, formos promover um evento em vez de fazer algo tradicional, que se faça um que fala de inovação. Exemplo: vou trazer um empresário para falar de vendas. Por que não falar de inovação e vendas? Então é cada vez mais colocar isto em pauta”. Segundo o consultor a proposta vale também para o agronegócio.
Perdomo foi mais incisivo e defendeu que as entidades assumam um papel de indutor de inovação para que “aqueles representados que não estão antenados na inovação, não se tornem em CNPJs falidos. Para o futuro, essa entidade tem a obrigação de induzir a inovação para seus representados”.
“O G8 pode pensar no futuro, promover ações inovadoras, colocar isso em discussão, ajudar as entidades e as empresas a se preparar para o futuro”, finalizou ele.