Gabinete de Gestão Integrada busca articular entidades no combate à criminalidade

Foi realizada ontem, no gabinete do prefeito municipal Rogério Lorenzetti, a reunião de instituição do gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), que irá coordenar as ações de prevenção e repressão da violência e da criminalidade e monitorar as ações de segurança pública no município.
Lorenzetti, responsável por presidir o GGI-M, foi quem conduziu a reunião que tratou especificamente sobre a violência doméstica e familiar e o combate às drogas – temas escolhidos por ele para este primeiro encontro.  
O encontro contou com a participação de representantes das secretarias municipais de Proteção à Vida, Patrimônio Público e Trânsito; Assistência Social; Governo; Infraestrutura; Educação; Diretoria de Trânsito; Polícia Militar; Polícia Civil; Polícia Rodoviária Federal; Secretaria Estadual da Família e do Desenvolvimento Social; Núcleo Regional de Educação; Conselho Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas (Comud); Conselho Comunitário de Segurança (CCS) e Ministério Público.
“Só com o envolvimento de todos e uma ação integrada é que poderemos buscar soluções para as situações que estamos vivenciando na área da segurança pública”, destacou o secretário de Proteção à Vida, Patrimônio Público e Trânsito, José Corrêa Filho. A Secretaria é a responsável pela operacionalização do gabinete no município.
Segundo o prefeito, a meta é que o gabinete organize os serviços de segurança no município e centralize as discussões relacionadas à segurança pública. “O gabinete, embora seja um instrumento novo, não cria novas situações. Ele organiza as situações já existentes e possibilita, através dos protocolos, um atendimento mais efetivo à população. Muitas vezes a população fica perdida em determinada situação, sem saber quem procurar primeiro ou como agir. E o gabinete será importante para essa organização, já que vai incentivar ações integradas nessa área”, sublinhou.
Com a criação do GGI-M, o município poderá reivindicar, junto ao Governo Federal, recursos para serem investidos na área da segurança pública, conforme destacou o secretário executivo do gabinete e diretor de Desenvolvimento Comunitário da Secretaria Municipal de Assistência Social, Lucas Barone. “Visitei o GGI-M de Arapongas há algumas semanas e lá eles conseguiram instituir toda a Guarda Municipal apenas com recursos advindos do Governo Federal. A criação do GGI-M em Paranavaí também vai possibilitar a nós reivindicar investimentos e, quem sabe, aplicá-los na implantação da Guarda Municipal ou até mesmo na ampliação do videomonitoramento”.
Para o secretário de Comunicação Social, Jorge Roberto Pereira da Silva, o mais importante do gabinete é a transversalidade como ele vai trabalhar, ou seja, envolvendo, ao mesmo tempo, diversos segmentos. “É isso que vai permitir a maior troca de informações entre as instituições envolvidas. Sem dúvida será o diferencial para que possamos ter sucesso nesse projeto e, quem sabe, futuramente, criar uma política municipal de segurança pública”, apontou.  
TRABALHO ARTICULADO – Na opinião do Major Ademar Carlos Paschoal, que responde pelo comando do 8º BPM, é preciso trabalhar de forma articulada, com foco e metas estabelecidas. “As pautas são variadas e gigantescas. Precisamos da solidificação das forças para que possamos cumprir com os objetivos, e aqui a gente conversa e consegue unir as forças sem desperdiçar tempo e energia”, observou.  
Segundo a secretária de Assistência Social, Marly Bavia, essa união das forças já mostrou resultado recentemente na implantação do Provida (Programa de Proteção e Orientação às Vítimas da Violência Doméstica e Familiar). “O município possui uma estrutura para atender as vítimas de violência doméstica que não chegava ao conhecimento delas e que agora, graças às parcerias estabelecidas por meio do Provida, nós estamos otimizando esse trabalho, e acredito que o mesmo pode ser feito com o gabinete”, afirmou.
O delegado chefe da 8ª SDP, Osmir Ferreira Neves Junior, concorda que é preciso união entre os envolvidos. “Precisamos unir forças porque o problema é muito grave. E, além disso, podemos melhorar a comunicação, como aconteceu com a criação do Provida”, enfatizou.
VIÉS SOCIAL – Ao escolher um profissional da Assistência Social para cuidar do gabinete, o chefe do Executivo deixou clara a sua intenção de que as ações da área da segurança tenham um forte viés social.
“A gente sabe que a droga tem motivações de ordem econômica e, por isso, precisamos atuar no sentido repressivo. Mas não podemos esquecer de cuidar das famílias e proporcionar uma assistência adequada. […] Na minha visão ideológica, se não houver uma assistência social efetiva e atuante, não tem exército que vai conter o avanço da violência e da droga. E é nesse sentido que eu venho trabalhando e investindo na área assistencial do município, contratando mais profissionais, melhorando as estruturas de trabalho. Para se ter uma ideia, quando iniciei a minha primeira gestão, em 2009, eram apenas 34 profissionais na Secretaria – sendo quatro assistentes sociais. Hoje já temos 87 profissionais no total, sendo 27 assistentes sociais”, ressaltou Lorenzetti.
“Eu também concordo com o viés social e não repressivo do gabinete. Se não atuarmos no início, dando assistência a essas pessoas, isso vai refletir lá na frente de uma forma muito negativa”, completou a Promotora de Saúde Pública, Suzy Mara de Oliveira.
“A principal função do gabinete é a de gestão. E é daqui que vão sair as ideias para se chegar a um resultado prático e, nesse sentido, a visão social é muito importante. Trabalhar em parceria com a educação e a assistência social vai evitar muitos problemas no futuro”, arrematou Eddy Machado Junior, chefe da delegacia de Polícia Rodoviária Federal de Londrina, responsável pela unidade de Paranavaí.