Geada provocou redução de habitantes na zona rural

A mais terrível geada, ocorrida em 18 de julho de 1975, provocou um esvaziamento da zona rural de Paranavaí como, de resto, a de vários municípios. A retirada da população rural refletiu-se também nos centros urbanos. No Noroeste do Paraná algumas cidades chegaram a virar “cidades fantasmas”, com maior número de residências ou portas comerciais fechadas do que em funcionamento. A maioria migrou para os grandes centros, como Maringá, Londrina e Curitiba, no caso do Paraná, como mostram estatísticas. Foram povoar as periferias e criar bairros pobres. Muitos voltaram depois ou seguiram em frente para outras partes do Brasil.
Em Paranavaí as administrações municipais projetavam uma população de 100 mil habitantes para o ano 2000. Com a geada, não chegou nem a esse número nos dias atuais, passados 40 anos.
De acordo com dados do IBGE, Paranavaí tinha 22.260 habitantes em 1950, quando ainda era Distrito de Mandaguari. Evoluiu rapidamente para 25.520 habitantes no ano seguinte, com a propaganda veiculada pelo Governo do Estado, de que Paranavaí seria transformado em Município. Daí em frente, com o incremento da cafeicultura e cotonicultura, Paranavaí passou a atrair indústrias de café – as cafeeiras, que eram mais de 20 no final dos anos 1950 – e algodoeiras – como Francisco Matarazzo, McFaden, Esteves & Irmãos, Sanbra, entre outras – e com a criação do Instituto Brasileiro do Café em 1952 por Getúlio Vargas, este órgão instalou um grande armazém para depósito e a Rede Ferroviária Federal construiu grandes barracões na Coloninha do Jardim São Jorge, com a mesma finalidade de estocagem de café e algodão, cujas cargas eram levadas para Maringá e de lá por trem até Paranaguá, para exportação.  
Nesse período a população de Paranavaí teve um crescimento vertiginoso, pulando em 10 anos, de 22.260 em 1950 para 63.189 em 1960 – um crescimento de 183,86%.
Apesar de o café e o algodão serem os principais produtos agrícolas de Paranavaí e da região, começa a se intensificar a pecuária. Com as geadas de 1953 e 1955 – também uma das mais fortes – as chamadas baixadas passaram a dar lugar a pastagens. E, como diz o ditado, “onde entra o boi sai o homem”, a década seguinte foi caracterizada pelo início do esvaziamento. Até o final dos anos oitenta muitas indústrias de café e algodão foram desativadas em Paranavaí e surgiram os frigoríficos. Na década entre 1960 e 1970 a população de Paranavaí diminuiu 10,11%, passando de 63.189 em 1960 para 57.387 em 1970. Desse total 25.028 habitavam a zona urbana de Paranavaí e 38.161 a zona rural.
Passado o período de baixa estima e poucos negócios, devido à crise provocada pela redução do número de cafeeiros, outras atividades ou até mesmo o café, em muito menor escala, voltaram a impulsionar o desenvolvimento de Paranavaí. A população voltou a crescer e chegou a 1980 com 65.290 habitantes, sendo 54.666 na zona urbana e 10.624 na zona rural – um crescimento de 13.77% na década. Nos 20 anos seguintes Paranavaí teve um crescimento modesto, de 7,71%, passando de 65.290 habitantes em 1980 para 75.908 no ano 2000, quando eram esperados pelo menos 100 mil habitantes. A zona urbana tinha então 70.329 e a zona rural tinha perdido mais de metade de seus habitantes, ficando com 5.421.
A projeção da população de Paranavaí para 2015 é de 86.218 habitantes, mas o último censo oficial realizado pelo IBGE em 2010 registra 81.590 – um crescimento de 5,67% em cinco anos. Dos 81.590 habitantes de Paranavaí, o Censo registra 77.720 na zona urbana (sendo 40.471 mulheres e 39.282 homens) e apenas 3.862 na zona rural (2.025 mulheres e 1.837 homens).