Geladeira vazia
Em um dos grupos sociais que participo vi uma situação inusitada e preocupante. Uma senhora oferecia uma geladeira usada para venda. Ao fotografá-la aberta a imagem mostrava uma panela com tampa e, ao lado da porta, uma lata de bebida e algumas garrafas.
Não sei se a venda se deve a aquisição de outra, nova, ou a situação de penúria mostrada na imagem, forçou a venda de um bem essencial à vida da família. Espero que a primeira opção seja verdadeira, mas busquei refletir sobre aquela situação e o que está acontecendo no país devido ao descontrole orçamentário, seja do estado, das empresas ou das famílias.
Felizmente nossa cidade desenvolveu uma rede de proteção às pessoas, em situação de risco, muito eficiente e abrangente. Durante este tempo que sirvo a ela como prefeito, fizemos uma reformulação total na assistência social, com profissionais, equipamentos e programas, sejam do município ou cofinanciados por outros entes federados.
Isso facilitou o ingresso de valores, a fundo perdido, que somam aproximadamente 28 milhões de reais ao ano, considerando os diversos programas sociais, como bolsa família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), auxílio doença, salário desemprego e outros. Este recurso, além de propiciar parte do essencial aos milhares de beneficiados, irriga o comércio da cidade.
Vejo com muita preocupação o resultado da diminuição do poder aquisitivo das pessoas e famílias, seja causado pelo eventual desemprego ou pela majoração de preços dos bens de consumo, considerados de primeira necessidade. Agora, a situação ficou ainda mais grave pelo anúncio de possibilidade de revisão, com cortes, destes benefícios.
Nossa agência do trabalhador, Sine, trabalha incansavelmente à busca de novas vagas de trabalho para serem ofertadas aos que necessitam de um emprego. Esta ação é complementada com as parcerias do sistema S no sentido de qualificar pessoas e possibilitar o início de pequenos negócios. A Agência de Fomento local está operando e com limites de crédito, possibilitando financiar novos empreendimentos na cidade.
Enfim, estamos envidando esforços, utilizando os instrumentos disponíveis, para atender os trabalhadores evitando que a situação se agrave mais ainda.
Não somos uma ilha de prosperidade neste oceano de crise, mas estamos fazendo nossa parte e buscando ser uma cidade diferente nesta grave realidade que se abateu no país.
*Rogério J. Lorenzetti
Prefeito reeleito de Paranavaí