Gleisi Hoffmann comenta as novidades do Plano Safra 2013/14

Na semana passada, o governo federal anunciou recursos de mais de R$ 150 bilhões para o agronegócio e a agricultura familiar. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, falou sobre os investimentos que serão feitos nessa área.
Confira:
Qual a importância desses investimentos para o país e o que o governo espera?
A importância é muito grande Djania, porque esse o setor que mais cresce na nossa economia, basta ver o resultado do nosso PIB que foi puxado pela agricultura, tanto o agronegócio como a agricultura familiar. Nós esperamos com esse Plano Safra ajudar ainda mais agricultores a melhorar a sua produtividade, alcançar maior produção e renda no campo. Que acaba se espalhando por todo o país.
Quais as novidades que os planos trazem?
São muitas as novidades, mas eu diria que no âmbito da agricultura empresarial duas são muito importantes. A primeira relativa à armazenagem. Hoje o Brasil tem uma baixa capacidade de armazenar sua produção, sua safra. Isso faz com que nós percamos mercado muitas vezes, não possamos ter um preço mais competitivo. A presidenta Dilma determinou que nós fizéssemos um programa para armazenagem. Lançou um programa de financiamento com taxas de juros de 3,5%, portanto taxa negativa, quinze anos para pagar, com três anos de carência. E esse dinheiro pode ser buscado tanto por agricultores, como por cooperativas, como por cerealistas. Devemos ter a capacidade de pelo menos uma vez a nossa produção em armazenagem. A outra novidade importante também do Plano Safra foi o aumento do seguro para o produtor rural. Na safra passada, nós havíamos disponibilizado R$ 400 milhões de reais para subsidiar o prêmio do seguro. Esse ano são R$ 700 milhões de reais que junto com o Pró-Agro possibilitam que nós tenhamos segurado mais de 31% do território cultivado do Brasil. Nós nunca chegamos a essa quantidade. E no âmbito da agricultura familiar, além dos programas que já continuam e acontecem. Nós também tivemos uma importante conquista reconhecida dos agricultores. Que é não perder a aposentadoria especial de agricultor ao desenvolver outras atividades a partir de uma propriedade, como a agroindústria, por exemplo. Então muitos agricultores deixavam de desenvolver outras atividades a partir da propriedade, porque perdiam a condição especial de segurado. A presidenta Dilma, num compromisso com as entidades, determinou que isso fosse revertido. Então não perde a condição de segurado. Quero destacar ainda o microcrédito produtivo orientado para as mulheres e para os jovens com uma taxa de juro muito baixa, carência para pagar o empréstimo e orientação dos bancos, principalmente Banco do Brasil e BND. E para fechar os dois planos que atende tanto a agricultura empresarial como a agricultura familiar, a presidenta enviou para o Congresso Nacional Projeto de Lei criando a Agência Nacional de Assistência Técnica. Uma necessidade que nós tínhamos no Brasil. E essa Agência vai trabalhar em conjunto com a Embrapa. Ou seja, vai ser um instrumento de transferência de tecnologia para aumentar a produtividade e a produção no campo para todos os envolvidos na agricultura. Desde o agricultor familiar, ao médio produtor, ao grande produtor. Eu tenho certeza que essas medidas vão colaborar muito para fortalecer ainda mais a agricultura brasileira.
E os produtores do Paraná, quanto de recursos terão disponibilizado para o custeio e investimento?
Quanto eles precisarem, como você falou R$ 150 bilhões de reais disponíveis para agricultura, R$ 21 bilhões para a agricultura familiar e R$ 136 bilhões para a agricultura empresaria e a presidenta Dilma disse o seguinte: que quem precisar de mais dinheiro vai ter. Nós vamos liberar. O governo não vai segurar as operações de crédito. Então aquilo que for demandado pelos agricultores paranaenses dentro das linhas que nós temos, das diversas linhas de investimento, custeio, armazenagem, eles vão poder recorrer e utilizar o que precisar e dentro dos limites de cada um. Para o agricultor familiar é R$ 100 mil o limite de custeio e para o agricultor empresarial o limite é de R$ 1 milhão.
A partir de quando o agricultor poderá buscar o crédito no sistema financeiro?
A partir do mês de julho. Nós estamos encerrando agora em junho o Plano Safra 2012/13 e partir de julho já inicia o Plano Safra 2013/14.
Quais as taxas de juros aplicadas ao crédito para o agronegócio e para a agricultura familiar?
Eu gostaria apenas de destacar as nossas taxas de juros. São as menores taxas de juros que nós já tivemos praticadas na história de agricultura. Para o agricultor familiar elas varias de 2% a 3,5%, todas taxas negativas. O que quer dizer isso? É um custo menor que a inflação. Então o agricultor ganha muito. E para a agricultura empresarial, elas não de 3,5% a 5%. 3,5% em relação ao PSI, que é um programa de sustentação dos investimentos, para comprar maquinário, trator, inclusive caminhões. Isso também serve a agricultura familiar e 5% para o custeio da safra. Com uma novidade, o médio produtor vai ter uma taxa de quase 4,5%.