Gleisi Hoffmann diz que situação do setor não é “trágica”
A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) minimizou ontem o recuo na geração de empregos registrado ontem pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para o mês de julho. Segundo as informações do Caged, foram fechadas 13.334 vagas em Salvador, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo e cidades no entorno dessas capitais. O pior resultado foi em Recife: menos 5.200 vagas. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados hoje de manhã, porém, a taxa de desemprego desacelerou e foi a 5,6% em julho, abaixo da registrada no mês anterior (6%). Apesar disso, foi superior à taxa de julho de 2012 (5,4%). A ministra classificou de "alarde" o clima de pessimismo gerado pela desaceleração da geração de empregos. Ela disse que a situação "não é deteriorada" nem "trágica", e que é "muito ruim" apostar em um cenário pior. "Como se fosse até uma situação trágica, de que o desemprego vai explodir. O que nós temos é uma desaceleração do crescimento da empregabilidade, o que em uma situação como a nossa, de um estoque alto de empregabilidade, é quase normal", afirmou. Após sua fala no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, no Palácio do Planalto, Gleisi afirmou que "é importante" que não "prevaleça uma ideia muito pessimista" de que há desemprego no país. "Eu gostaria de chamar a atenção de todos para o estoque de empregos que temos hoje no país. Nós temos 40.454.000 empregos. É o maior estoque de empregos dos últimos 10 anos quando começamos uma política ofensiva de empregabilidades. Portanto, qualquer número que saia sobre variável de criação de vaga de emprego, de geração de emprego, deve ser observada a partir desse estoque", disse Gleisi. "Isso é importante falar para que não prevaleça uma ideia muito pessimista de que nós estamos com uma situação de desemprego", completou. JUROS – Questionada se a alta do dólar frente ao real preocupa o governo, a ministra disse apenas que "esse é um assunto que não cabe comentar". "É um assunto da equipe econômica. Não cabe comentário de ninguém", completou. A ministra, porém, em sua fala durante a reunião do Conselhão, fez uma defesa da política de juros do Banco Central. "Tivemos uma recomposição em razão do processo inflacionário, mas temos taxas de juros bem menores do que nós praticamos no nosso histórico", disse.