Gol no fim livra Brasil de nova derrota

LONDRES, REINO UNIDO – Faltava menos de um minuto para acabar o jogo no gelado estádio Stamford Bridge, Londres, quando o Brasil fez uma jogada pensada, trabalhada e bem concluída.
Hulk recebeu, livrou-se de dois marcadores e lançou Marcelo, que cruzou de primeira. Fred, livre, empurrou para as redes e deixou o placar empatado em 1 a 1.
Até então, a seleção sofria com a Rússia. Perdia por 1 a 0 e não dava pistas de que conseguiria empatar. Conseguiu, mas ficou longe de conquistar a primeira vitória desde que Luiz Felipe Scolari voltou ao time da CBF.
Agora são dois empates e uma derrota da seleção sob o comando de Felipão. É o pior início de um técnico no cargo desde Carlos Alberto Parreira, em 2003, que, assim como o treinador atual, empatou duas e perdeu uma. Dunga, em 2007, teve três igualdades em seus jogos iniciais.
O Brasil mostrou pouca evolução em relação ao empate com a Itália, na semana passada, em Genebra. A seleção enfrentou os mesmos problemas e, de novo, sofreu para encontrar soluções.
No que dependeu do time brasileiro, o jogo foi corrido demais e pensado de menos. O Brasil teve dificuldade para por a bola no chão e trocar passes -ficou todo o tempo preso na marcação russa.
Felipão pareceu perder a paciência mesmo quando Neymar desperdiçou um contra-ataque aos 7min do segundo tempo, por insistir em driblar quando poderia passar.
O técnico, que estava de pé, deu as costas ao campo, voltou bufando a seu lugar, jogou-se na poltrona e cruzou as pernas, como quem diz "desisto". Menos de 30 segundos depois, estava de pé outra vez, gritando orientações para Marcelo.
Ficou evidente o desequilíbrio no time, que, no primeiro tempo, só jogou pela direita. Daniel Alves e Oscar se entenderam melhor do que Marcelo com Neymar.
Foi o último amistoso da seleção completa antes da convocação para a Copa das Confederações. Os próximos jogos, contra Bolívia e Chile, serão disputados por jogadores que atuam no Brasil.
 
BRASIL
Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Fernando, Hernanes, Kaká (Diego Costa) e Oscar (Hulk); Neymar e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari
 
RÚSSIA

Gabulov; Anyukov (Dmitry), Berezutskiy, Ignashevich e Eshchenko; Shirokov, Glushakor, Fayzulin, Bystrov (Shatov) e Kerzhakov; Kokorin (Zhirkov) (Grigoriev). Técnico: Fabio Capello
 
Estádio: Stamford Bridge, em Londres
Gols: Fayzulin, aos 27min, e Fred, aos 44min do segundo tempo

Técnico promete observações em jogos caseiros
Luiz Felipe Scolari disse ontem que sai dessa excursão de dois jogos pela Europa com o grupo "mais ou menos fechado" para a Copa das Confederações.
"Mas eu ainda vou fazer observações importantes nos jogos contra Bolívia e Chile", disse Felipão, sobre os dois jogos em abril em que só deverá ter atletas que atuam no Brasil.
Antes do torneio (de 15 a 30 de junho), a seleção vai jogar amistosos no Brasil contra Inglaterra e França, com o time completo.
"Pensei em lançar o Osvaldo [atacante do São Paulo], mas esse era um jogo muito forte. Vou deixar para os próximos", disse.
A seleção não joga mais na Europa no primeiro semestre, mas o treinador vai assistir pessoalmente a jogos em que houver selecionáveis em ação.
O técnico da Rússia, o italiano Fabio Capello, afirmou ontem que seu time só cedeu o empate ao Brasil porque um torcedor russo invadiu o campo quando estava 1 a 0. "Aquilo desconcentrou os jogadores". No primeiro, quando o placar estava 0 a 0, um brasileiro também entrou no gramado.