Governador destaca medidas do primeiro ano de gestão

As ações em infraestrutura, os novos programas sociais e de enxugamento na máquina pública, além de inovações na educação, a regionalização da saúde, investimentos nos municípios e geração de empregos. Esses são alguns dos destaques do governador Carlos Massa Ratinho Junior sobre o primeiro ano de administração do Estado.
Ratinho Junior reforça que a gestão está baseada no tripé eficiência administrativa, olhar social e planejamento estratégico de infraestrutura. “Temos que agir agora e pensar no futuro”, ressalta o governador.
O Paraná, afirma, fecha 2019 com ótimos indicadores: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu o dobro do País, a produção industrial é a maior do Brasil, mais de 74 mil empregos foram gerados e R$ 23 bilhões já foram anunciados em investimentos privados. "Investimento direto é geração de emprego, e geração de emprego é qualidade de vida", destaca.
Ratinho Junior também enfatiza a nova modelagem do Anel de Integração, a segunda ponte de Foz do Iguaçu, o Trevo Cataratas e 25 mil quilômetros de linhas trifásicas para o campo.
A inovação permeou todas as áreas do governo, a começar pela máquina pública, como o uso de inteligência artificial para aprimorar a prestação de serviços, as licitações ao vivo pela internet, e a criação de um programa compliance, que assegura mais transparência e previne contra desvio de conduta na administração.
Essa política estratégica fará do Paraná o Estado mais inovador do País, segundo o governador.
Confira parte da entrevista.
O ano foi marcado por corte de gastos e congelamento de salários. Como avalia as medidas?
O primeiro ano é sempre de ajustes, de organizar a equipe, de colocar de pé aquilo que queremos construir. Acredito que foi um bom ano. Enxugamos a máquina pública, cortamos de 28 para 15 secretarias, congelamos o salário do primeiro escalão, cortamos cargos comissionados e mordomias como as aposentadorias dos governadores e o jatinho alugado que custava R$ 5 milhões por ano. Temos como resultados práticos a revisão dos contratos, que trouxe economia para o Estado. Todas as licitações são transmitidas ao vivo pela internet e o cidadão pode acompanhar, com muita transparência. Todos podem fiscalizar. Além disso, implementamos o compliance, que é uma metodologia administrativa moderna, que faz a prevenção de desvios de conduta. Também foi um ano de pacificação política. Construímos uma agenda com os três senadores e a bancada federal, o que tem trazido investimentos e convênios com o governo federal. Tivemos uma parceria muito produtiva e harmoniosa com a Assembleia Legislativa e com os demais poderes.
A infraestrutura é uma preocupação perene dos paranaenses. Como o Estado tem trabalhado essa área?
Estamos fazendo um grande planejamento de infraestrutura. Criamos, para começar, um banco de projetos. Não havia projetos de pontes, de duplicações, de trincheiras, de terceiras faixas. O banco foi pensado para que possamos elaborar projetos e começar as obras.
Mas temos diversas outras frentes. A segunda ponte em Foz do Iguaçu, que há 30 anos prometiam e ninguém tirava do papel. Na PR-445, por exemplo, iniciamos os projetos de engenharia para duplicação de Londrina até Mauá da Serra. A Rodovia dos Minérios, na Região Metropolitana de Curitiba, já está com ordem de serviço. Colocamos o Trevo Cataratas, em Cascavel, como exigência no acordo de leniência com a concessionária. Também a ligação entre Irati e São Mateus do Sul, que é uma obra aguardada e que está com um cronograma muito bom. O intuito é ampliar bastante a infraestrutura do Estado. Foi feito um grande esforço neste ano para vencer obstáculos e acelerar os projetos com recursos do governo. Neste ano conseguimos aplicar R$ 500 milhões em rodovias.
O Paraná concede rodovias para a iniciativa privada e em 2021 vencem os contratos do Anel de Integração. O que o paranaense pode esperar?
Vamos acabar com essa novela histórica com transparência, coisa que nunca aconteceu na gestão das concessões. É um modelo de 1997, antigo, com modelagem boa apenas para quem ganhou a concessão. Todas as obras foram jogadas para o final do contrato, as empresas ficaram anos ganhando com poucas obrigações nas rodovias.
Fizemos a proposta para o ministro da Infraestrutura para que as atuais BRs e as nossas PRs formassem um bloco único de concessão para o mercado. Juntamos elas num grande pacote e vamos saltar de 2,5 mil quilômetros para 4,1 mil quilômetros, é o maior pacote de concessões do Brasil.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está investindo R$ 62 milhões no estudo técnico de viabilidade, para fazer a nova modelagem, com as tendências mundiais de cobrança, obras no curto, médio e longo prazos. Um estudo realmente aprofundado antes da licitação ir para a Bolsa. Vai haver redução considerável nos preços e vai ter transparência.
E, para resolver as questões atuais, temos os acordos de leniência do Ministério Público Federal, nos quais o Estado participa indicando as obras prioritárias. Com a Rodonorte são R$ 350 milhões para melhorias. Com a Ecorodovias anunciamos o Trevo Cataratas.
Foi um ano de liberações e bom relacionamento com prefeitos. Os municípios terão o mesmo apoio em 2020?
Criamos o programa Paraná Mais Cidades e repassamos dinheiro para os municípios através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas e também com ajuda da devolução do orçamento da Assembleia Legislativa. Estamos garantindo investimentos a obras desde recapes de ruas a postos de saúde, obras estruturantes. Também vale registrar que conseguimos aprovação de US$ 120 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para aumentar os repasses para os municípios. As pessoas vivem nas cidades e é lá que queremos investir.
A descentralização da saúde já está ocorrendo?
Está acontecendo. Já levamos saúde para mais perto das pessoas. Queremos evitar que pacientes que precisem de uma cirurgia de vesícula, por exemplo, tenham que andar 400 quilômetros de ambulância. Estamos fortalecendo a rede de hospitais filantrópicos, lançamos dez centros de especialidades – e a ideia é chegar a 20. Vamos evitar o “turismo” de ambulância. Também neste ano tocamos as obras dos hospitais de Ivaiporã e Guarapuava, e apoiamos o hospital infantil de Maringá e o Erastinho, na capital.
Quais os principais projetos da educação?
Temos projetos importantes como o Escola Segura, que já está presente em diversas escolas, em especial naquelas com maior índice de violência no entorno. Estamos avançando na parte pedagógica. O Presente na Escola foi pensado para diminuir a evasão; o Ganhando o Mundo vai levar, a partir do ano que vem, alunos de escolas públicas para cursos na Austrália, Estados Unidos, Canadá, para conhecerem países de outro mundo e terem experiências internacionais; e o Prova Paraná, que mede o aprendizado a cada 60 dias de 1 milhão de alunos.
Além das reformas. Começamos o projeto Minha Escola Sempre Nova. Esse ano liberamos quase R$ 100 milhões para reforma. Todas as escolas da Quadro Negro estão sendo finalizadas. Vamos limpar essa pauta e mostrar a seriedade de governo de resolver um caso de corrupção, que infelizmente marcou a educação do Estado.
O Paraná tem 2.146 escolas. Os investimentos demoram um tempo para chegar, mas fizemos modernizações nas salas, nas cozinhas e nas estruturas esportivas. Foi um primeiro ano de boa arrancada.