Governo não permitirá novo bloqueio de rodovias, garante Miguel Rossetto

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, afirmou ontem que o governo federal não permitirá que caminhoneiros voltem a bloquear rodovias brasileiras. Rossetto classificou como inconstitucional a principal reivindicação da categoria, que cobra do governo um valor mínimo para o transportes de cargas.
“O governo respeita o direito de manifestação, mas vai assegurar que as rodovias e estradas estejam liberadas, garantindo o direito da sociedade ao trabalho e ao abastecimento. Todas as forças policiais já estão operando, por meio do diálogo, informando aos líderes do movimento e aos caminhoneiros sobre a ilegalidade de qualquer bloqueio”.
Segundo Rossetto, são poucos os trabalhadores que protestam contra a falta de acordo sobre o frete mínimo.
“Temos apoio da categoria em relação às medidas. Observamos que, quanto mais a categoria e suas lideranças conhecem as propostas, maior é a adesão [dos caminhoneiros] às nossas propostas. Há o reconhecimento das mudanças positivas e a expectativa de continuidade das negociações”.
De acordo com o ministro, as “manifestações” desta quinta-feira estão limitadas a quatro estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais). “Mas não há rodovias bloqueadas. Em eventuais bloqueios, a polícia já está operando. Seremos rigorosos nisso”.
Iniciadas na madrugada de ontem, as manifestações foram anunciadas anteontem, após o fim da quarta reunião da Mesa de Diálogo do Transporte Rodoviário de Cargas, grupo criado em 25 de fevereiro, quando os caminhoneiros pararam por vários dias, provocando o desabastecimento de muitos produtos em várias cidades.
O governo federal chegou a propor uma tabela referencial de custo de frete. Ao contrário da tabela reivindicada pelos caminhoneiros, a do governo seria apenas uma referência para o setor.
“A tabela referencial de preços é um importante instrumento para o balizamento das negociações futuras [entre caminhoneiros e empresários], enquanto a impositiva é ilegal, inconstitucional”, disse o ministro.
Miguel Rossetto explicou que é impossível o governo estabelecer um valor mínimo obrigatório a ser cobrado em um setor tão diverso quanto o de transporte de cargas. “Seria uma intervenção econômica que não tem respaldo legal”.