Grupo Britânico interessado em conhecer a cadeia produtiva da mandioca no Brasil

No dia 5 de abril, a direção da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), com sede em Paranavaí, recebeu a visita de um grupo da Jamaica e Inglaterra. O grupo é ligado à multinacional inglesa Diageo, dona de marcas como Johnnie Walker, Bells, Buchanan’s, Guinness e Smirnoff que no ano de 2012 comprou a empresa brasileira Ypióca.
A comitiva, após conhecer o processo industrial e agrícola de produção da Amidos Pasquini, em Nova Esperança, esteve em visita à Abam. O objetivo foi de conhecer novas oportunidades de negócios para a Jamaica, visto que a banana, produção que ocupa grande parte da área cultivada naquele país, é fortemente atingida pelos eventos climáticos (furacão), constantes na região, havendo, portanto, a necessidade da diversificação com culturas mais resistentes.
A comitiva era formada por David Martin, gerente geral da Tropical Foods; Danielle Barnett, também da Tropical Foods; Damian Graham da Red Stripe, cervejaria do grupo Diageo; e o inglês Andrew Crawford, da Ypióca.
Segundo o empresário Ivo Pierin Jr., vice-presidente da Abam, visitas como essa possibilitam a ampliação do cultivo da mandioca.
“Para o segmento é muito relevante que países com pouca produção despertem o interesse em produzir em grande escala. Isto faz aumentar a oferta mundial e a consequente utilização do amido de mandioca, além de atrair incentivos à pesquisa para novas tecnologias”, relata o empresário.   
Pierin Jr. destacou também a importância do Paraná como celeiro agrícola do país e a importância da região Noroeste na produção de mandioca.
“Nosso Estado ocupa 3% da extensão territorial do Brasil e 23% do que é produzido no país, sai daqui. Nesse potencial produtivo, 5% da produção de mandioca é da nossa região, em um raio de 100 km”, diz o vice-presidente.
Essa diversidade paranaense foi um dos pontos destacados por Damian Graham que se disse encantando com tanta produção e extensões de cultivo.
“Visitamos a região de Foz do Iguaçu e agora Paranavaí. A área de produção é muito grande, vocês têm tecnologias que em outros países não existem, inclusive no meu, onde o cultivo é ainda muito manual”, relata o jamaicano que veio ao Brasil através do elo com o brasileiro presidente da Ypióca Brasil Renato Gonzalez, que trabalhou no país caribenho.
O representante da Ypióca Andrew Crawford observou a necessidade de uma resposta mais rápida do setor produtivo em colocar novas variedades em cultivo, valendo-se dos seus benefícios.
“Estive recentemente em um simpósio na Inglaterra sobre batatas e percebi que as novas variedades demoram muito tempo para chegar ao campo e na indústria. Essa situação também acontece no caso da mandioca”, relata Crawford. Para Pierin Jr. isso acontece devido ao tempo maior de maturação de novas variedades da mandioca que chega a nove meses.
A reunião também contou com a participação de Elson Lopes, da Amifec; Guido Bankhardt, da Amidos Bankhardt; João Eduardo Pasquini e Rogério Razente, da Amidos Pasquini; Olga Yamakawa, da São Paulo/Amidos Yamakawa; Eduardo de Paula, da Cassava; Marcos Loli, da CM3; Agustinho Previate, da Inpal; Luiz Scarmanhan, da Podium Alimentos; e Paulo Boni e Silvio Gonçalo, da Yoki. Os visitantes agradeceram a receptividade e destacaram a semelhança entre os dois povos, no encerramento da visita.