Grupo de paranavaienses defende a família tradicional e avalia PME

“É preciso diferenciar educação e escolarização”, disse ontem Onivaldo Izidoro Pereira, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – campus de Paranavaí, em conversa com o jornalista e diretor do Diário do Noroeste, Euclides Bogoni.
Pereira e representantes de diferentes entidades e instituições da cidade estiveram no DN para conversar sobre o Plano Municipal de Educação (PME), e apresentaram preocupação em relação à chamada “ideologia de gênero”. Na avaliação dele, uma afronta à estrutura tradicional da família.
O professor disse que existe uma confusão quando se discute o PME. Segundo Pereira, não se trata de um embate entre cristãos e estudiosos, mas um debate que envolve toda a sociedade. “Dizem que de um lado estão evangélicos e católicos e de outro lado os pseudo-intelectuais-marxistas, mas essa é uma preocupação de todos”.
A divisão de grupos à qual ele se referiu se dá basicamente da seguinte forma: grande parte da população, principalmente religiosos e defensores do núcleo familiar tradicional, defendem a retirada dos termos “educação de gênero”, “sexualidade” e “orientação sexual” do Plano Municipal de Educação.
Ao mesmo tempo, professores, pesquisadores e representantes de movimentos sociais argumentam em favor dessas expressões, dizendo que inserir tais temáticas nas escolas é fundamental para a redução do preconceito contra mulheres, homossexuais e transgêneros, por exemplo.
Para Leoni Dal-Prá, vice-presidente da Associação Profissional dos Engenheiros e Arquitetos de Paranavaí (Apeap), há maneiras de se buscar justiça social sem envolver as crianças. “Não podemos aceitar que coloquem isso na sociedade”. Ela ressaltou: “Isso não tem nada a ver com discriminação. Cada um tem o direito de fazer as próprias escolhas”.
Na opinião de Maria Inez Ferezin Gonçalves, “há um ardil por trás dessas diretrizes que abre as portas da escola para um grande estrago na sociedade”. E foi acompanhada por Ítalo Guzzo, da maçonaria, que destacou: “Não podemos ensinar para as crianças que podem decidir se serão meninos ou meninas”.