Grupo protesta contra ocupação da Unidade Polo, em Paranavaí

Alunas e professores de cursos técnicos do Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto (Unidade Polo), em Paranavaí, protestaram contra a ocupação da escola. A manifestação foi na tarde de ontem.
Professora do curso de Enfermagem, Camila Schuelter Cargnin argumentou que entrar em uma escola pública é direito de estudantes e educadores. “Queremos trabalhar”.
Na opinião da professora, a reforma do Ensino Médio proposta pelo Governo Federal, por meio da Medida Provisória 746, não afeta os cursos técnicos. Então, sugeriu que os alunos que ocupam a Unidade Polo disponibilizem espaço para que as aulas sejam retomadas.
De acordo com Camila, muitos alunos estão prestes a se formar. No entanto, o atraso no cumprimento da carga horária poderá prejudicar a inserção desses estudantes no mercado de trabalho, por causa da demora na obtenção dos certificados de conclusão de curso.
Outra situação que preocupa é a possível necessidade de repor as aulas no próximo ano. O professor João Carlos de Andrade Filho, de Saúde Bucal e Prótese Dentária, disse: “Não vamos ter disponibilidade de data”.
Os docentes informaram que os cursos técnicos reúnem mais de 200 alunos, divididos em 12 turmas (duas de Estética, duas de Prótese Dentária, quatro de Saúde Bucal e quatro de Prótese Dentária).
As alunas dos cursos técnicos se posicionaram contra a ocupação da Unidade Polo. A percepção delas é que muitos estudantes que estão dentro da escola não sabem o motivo do protesto. Por isso, pediram que abram os portões e deixem os demais estudarem.
Após levantarem cartazes pedindo a desocupação da Unidade Polo, as alunas retiraram faixas e cartazes colados na fachada da escola. Também convidaram os ocupantes da escola para uma conversa. E gritaram “desocupa”.
Os estudantes que estão dentro do Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto não responderam aos protestos. Disseram que a manifestação é um direito das alunas e dos professores, mas garantiram que só deixarão o prédio mediante decisão judicial.
A escola está ocupada desde 11 de outubro. Trata-se de uma manifestação contra a Medida Provisória 746, que determina a reformulação do Ensino Médio. Os alunos também são contra a Proposta de Emenda à Constituição 241, que impõe limites de investimentos do Governo Federal para os próximos 20 anos.