Há 68 anos o pontapé inicial do Atlético Clube Paranavaí

Neste 14 de março de 2014, o time de futebol profissional de Paranavaí chega ao seu 68º aniversário de fundação, que ocorreu nessa data em 1946.
Embora a cidade de Paranavaí tenha passado por outros estágios, não se tem notícias de que, antes disso, tenha havido alguma organização futebolística.
Na época da colonização chegou a ter um Distrito (chamado Montoya) em 1929 com cerca de 600 famílias, depois retomada em 1941 com o planejamento promovido pelo Governo do Estado, quando chegaram alguns pioneiros, que se tornaram jogadores do time amador, entre eles Ulisses Faria Bandeira – que ajudou a demarcar as ruas e foi o segundo prefeito de Paranavaí -, Antonio Francisco, Osvaldo (Lolo) Francisco, Luiz Ortega Mora, Roberto Ortega Mora, Mário Sperandio, Anezio Fracarolli, Heinz Jacobsen, Sérgio Fracarolli, Carlos Fáber Filho, o goleiro Diamante.
Eles se reuniam nas esquinas das Avenidas Paraná, Getúlio Vargas e Marechal Cândido Rondon (em frente ao Banco do Brasil e Sicredi atuais) para bater uma bola, segundo lembrança do então menino Pedro Carvalho, filho do pioneiro Valdomiro Carvalho, em entrevista publicada pelo Diário do Noroeste em dezembro do ano passado.
Paranavaí nem existia com esse nome. Era apenas a Fazenda Brasileira, mas a Gleba já era denominada “Paranavaí” nos documentos oficiais.
O time era o “Paranavaí Foot-Ball Club”. O nome da cidade surgiu no ano seguinte à criação do time, em 1947. E consta que nem usava fardamento vermelho, mas sim azul e às vezes branco com uma faixa preta em diagonal igual à do Vasco da Gama do Rio e Ponte Preta de Campinas.
Foi com essas cores que recebeu o América do Rio de Janeiro, que já adotava o fardamento vermelho. A partir daí, por sugestão das lideranças locais, amigas dos dirigentes do América, através da companhia colonizadora, o uniforme passou a ser vermelho.
O agrimensor Ulisses Faria Bandeira, torcedor ferrenho do Atlético de Curitiba, sugeriu a mudança também do nome e em vez de “Paranavaí Foot-Ball Club” passou a ser Atlético Clube Paranavaí (ACP), em 1948.
O sapateiro Natal Francisco encabeçou a decisão de criar o time de futebol. Veio de Presidente Prudente-SP em 1944, com 39 anos, acompanhado de um irmão, José Francisco, para conhecer a Gleba Paranavaí que estava em projeto, e diante das boas perspectivas de desenvolvimento da região, retornou ao vizinho Estado para buscar a família e se instalou aqui. O relato é dele mesmo, publicado na edição do Diário do Noroeste em 14 de dezembro de 1977.
Aos poucos, foi nascendo entre as lideranças locais que gostavam do esporte, vindas de outras regiões, o desejo de formar um time. Essas lideranças, com Natal Francisco à frente, foram até a Inspetoria de Terras, que representava o Governo do Estado e responsável pela administração, e pediram a intervenção do inspetor Hugo Doubeck para a doação de um terreno, por parte da Companhia de Terras, onde pudesse ser construído um campo.
Com ele estavam Otacílio Egger, Durvalino Moreira, Zé do Bar, Dario de Assis Machado (que veio para Paranavaí em 1945 para trabalhar como coletor estadual – chefe da Receita – e depois foi vereador), Carlinhos Faber, Henrique Faber, José Ebiner, Jorge Esperidião, Flávio Giovini, Doca.
O governador Moisés Lupion concordou com a doação do terreno, mas a escritura definitiva só foi entregue ao ACP pelo governador Ney Braga (1962-1966), graças ao empenho do Waldemiro Wagner, relatou ao DN o presidente do clube na época, o empresário pioneiro do rádio paranavaiense, Ephrain Marques Machado.
Em fins dos anos 70 o Estádio, que recebeu o nome de Natal Francisco, deu lugar à Praça dos Pioneiros.
Em 1960 o ACP tornou-se profissional para disputar o Campeonato Paranaense, e a diretoria, comandada por Waldemiro Wagner, contratou jogadores como Ranulfo (também foi o técnico) que passou pelo S. Paulo FC e Seleção Brasileira na década de 50, e que jogou ao lado de Pelé no Noroeste de Bauru, além de Periquito, João Preto, Delciro, Décio, Pedrinho e Ayala, mesclados com pratas da casa como o goleiro Carioca, Lauro Machado, Polaco (Carlos Pombalino, da Sport Santa Cruz), Lambretta (Elpídio Martins, que se aposentou como desembargador em Mato Grosso do Sul) e Osvaldo Madalozzo (primo da família Bogoni, que morava em Planaltina do Paraná, cujo irmão – Osvaldo – era vereador representando Planaltina, que pertencia a Paranavaí, e se transferiu para Erechin-RS).
Em sua história o ACP inclui algumas conquistas importantes como o título de campeão da 2ª Divisão do Campeonato Paranaense em 1967, em 1983 e 1992; vice-campeão estadual em 2003 (decisão com o Coritiba, com resultados de 2×0 contra e empate de 2×2) e campeão estadual em 2007 (título decidido com o Paraná Clube, a quem venceu por 1×0 em Paranavaí e empatou em Curitiba em 0x0, superando todas as dificuldades que normalmente os cartolas curitibanos impõem aos times do interior).
Com a campanha realizada em 2013, o ACP foi rebaixado à 2ª Divisão neste ano e vai disputar essa categoria logo após a Copa do Mundo, para tentar voltar à divisão principal em 2015.
No ranking de clubes da CBF de 2013 o ACP ficou em 214º lugar.    

PRESIDENTES DO ACP
Desde o início o ACP teve como presidentes Natal Francisco, seguindo-se Otacilio Egger, Assahias (Geraldo) Felippe, Waldemiro Wagner, Claudino Dal Prá, Francisco Alves de Oliveira, Antonio Cunha Vasconcelos (Vasco), Manoel Kirchner, Valdir Niehues, Joaquim Castela, Ephrain Marques Machado (que recebeu o título definitivo do terreno do Estádio Natal Francisco, depois encampado pela Prefeitura e transformado na Praça dos Pioneiros), Hermeto Botelho, Euclides Barnett, Odair Alves Pereira, José Vaz de Carvalho, João Marciano, César Francisco Borin, Antonio Plácido (Nico) Vendramin, Luiz Tadeu (Noti) Fernandes, Antonio Carlos Dato, Antonio Figueiredo de Oliveira, Lourival Furquin, José Anchieta Moraes, Edson (Salomão) Felippe, que assumiu como interventor em 2001. Em outubro de 2005 foi eleito e assumiu Nivaldo Mazzin. Em 2011 Edson (Salomão) Felippe assumiu outra vez até outubro de 2012, sendo sucedido novamente por Nivaldo Mazzin, que ainda é o atual presidente do ACP.