Hewitt encerra carreira marcada por títulos, gritos e polêmicas

O último grito de "come on" (vamos) dado pelo australiano Lleyton Hewitt, 34, em um jogo de simples como profissional foi ouvido ontem (21), em Melbourne, na disputa do Aberto da Austrália. 
Mais jovem a alcançar a liderança do ranking, carrasco de tenistas brasileiros e famoso pelas vibrações durantes as partidas, ele encerrou a carreira após perder na segunda rodada do Grand Slam australiano para o espanhol David Ferrer por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/4 e 6/4, em duas horas e meia. 
Com pouco ritmo de jogo, o atual número 308 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) não mostrou consistência para superar o oitavo da lista. Ainda assim, teve bons momentos e conseguiu vender caro alguns games do confronto, para a euforia da torcida que compareceu à Rod Laver Arena. 
"Eu sou muito feliz por ter tido essa oportunidade [jogar o torneio] por 20 anos. Tive muito sucesso nessa quadra e me sinto sortudo de terminar aqui. Nunca deixei nada no vestiário, sempre dei 100%. Jogar pela Austrália foi a minha maior honra", disse um emocionado Hewitt ao final do jogo. 
Um vídeo com depoimentos de Roger Federer, Rafael Nadal, Andy Murray e Nick Kyrgios foi exibido no telão, e os três filhos do australiano foram até a quadra, antes de seguirem com o pai para o vestiário. 
O vencedor da partida também falou sobre a aposentadoria. "É um dia triste. Ele foi um espelho, um ídolo para mim", afirmou Ferrer, que contou ter uma camisa autografada pelo australiano em um museu na sua casa.