Homens vivem em média sete anos menos que as mulheres, diz médico
O diretor técnico e chefe da Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Paranavaí, o médico Michel Luiz Spigolon Abrão, alertou que os homens vivem, em média, sete anos menos que as mulheres, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O homem cuida menos da sua saúde. Ele pensa menos em saúde”, diz o médico.
A advertência foi feita em razão do “Agosto Azul”, mês dedicado à realização de ações para incentivar a prevenção e a promoção da Saúde do Homem” (Lei n°17.099, de 28 de março de 2012).
O objetivo principal é motivar uma mudança cultural para que homens procurem atendimento médico e verifiquem sua condição de saúde com mais frequência, antes que doenças se manifestem de forma mais grave.
Exames simples como testes para diabetes, hipertensão, aids e hepatite estão disponíveis na rede pública de saúde e podem identificar enfermidades ainda em estágios iniciais.
De acordo com o médico da Santa Casa, os homens sofrem com doenças decorrentes da obesidade e por abuso ao tabagismo e álcool. Para os casos de alcoolismo, diz Abrão, além das doenças decorrentes do seu abuso, os óbitos podem vir provocados de causas externas, como acidentes automobilísticos e violência com armas de fogo e armas brancas (facas, canivetes etc.).
“Os homens estão morrendo em sua fase mais produtiva, quando ele é um jovem adulto”, constata o intensivista. Também em consequência do abuso do uso do álcool aparece a cirrose.
Michel Abrão ainda cita que as hepatites A e B, que podem ser detectadas precocemente com a realização periódica de exames, tem atingido um grande número de homens.
As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como aids e sífilis, também entram na lista dos males que têm atingido os homens. “Tivemos recentemente uma epidemia de sífilis. Isso mostra o quanto os cuidados com a saúde estão sendo desprezados”, constata o chefe da UTI.
O médico defende que os homens façam uma dieta mais balanceada. “A obesidade, o sedentarismo e a falta de alimentos adequados e saudáveis, aliado ao estresse da vida moderna viram uma bola de neve e são as principais causas dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto agudo do miocárdio”, aponta Abrão.
Para o médico, é importante que os homens façam exames de rotina para o diagnóstico precoce de algumas doenças. “Eles (os homens) precisam reconhecer a necessidade de ir ao médico, de fazer exames. Doenças quando diagnosticadas e tratadas no início não evoluem para sua forma mais grave”, diz, defendendo que a partir dos 35 anos, os homens devem dar mais atenção à saúde, com a realização de exames cardiológicos, de sangue e clínicos.
Sobre a prevenção ao câncer de próstata, Michel Abrão diz que os obesos, negros e com histórico familiar de câncer de próstata antes dos 65 anos, os exames devem começar aos 45 anos. Já para quem não se encaixa nesta faixa, a visita ao urologista pode começar aos 50 anos. “A partir desta idade é preciso manter um vínculo com o médico urologista para o resto da vida.
Abrão lembra, no entanto, que os homens devem ficar atentos aos seguintes sintomas na hora de urinar: jato fraco da urina, dificuldade em iniciar a urinar, gotejamento urinário após a micção e sensação de não ter urinado tudo. “São sintomas de que indicam que a próstata pode estar aumentada (hiperplasia prostática), que pode ser benigna”.