“Houve um êxodo em massa”, diz testemunha de massacre na Tunísia

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – O turista britânico Gary Pine presenciou ontem o momento em que dois atiradores abriram fogo em uma praia perto do balneário tunisiano de Sousse, a 150 km de Túnis.
"Houve um êxodo em massa da praia", afirmou.
Dezenas foram mortos no ataque ao redor do hotel Imperial Mahrahaba, da rede espanhola Riu e do estabelecimento vizinho Muradi Palm Marinay. A região é frequentada por visitantes da Europa e de países vizinhos do norte africano.
"Um dos atiradores abriu fogo com uma Kalashnikov contra os turistas e tunisianos na praia", afirmou um funcionário de um hotel próximo aos ataques.
"Era apenas um atirador. Ele era um jovem usando shorts, como se fosse ele mesmo um turista".
Ainda não há detalhes sobre as nacionalidades dos que foram mortos, mas, durante o mês sagrado do Ramadã, os banhistas costumam ser turistas.
A irlandesa Elizabeth O’Brien, que estava na praia no momento dos ataques conta que viu um balão de ar quente caindo a 500 metros de distância, depois ouviu uma rápida troca de tiros e duas pessoas, que iriam subir com o balão, correndo em sua direção.
Os garçons e os seguranças na praia começaram a gritar "corra, corra, corra!". Ela estava hospedada com seus dois filhos em um hotel nas vizinhanças.
"Eu sinceramente pensei que eram fogos de artifício, e então, quando eu vi as pessoas correndo… Eu pensei ‘meu Deus, é um tiroteio’", disse à rádio irlandesa RTE.
O britânico Pine usa a mesma comparação. Ele diz que ouviu "o que pensamos serem fogos de artifício estourando", e em seguida uma explosão.
Em entrevista ao canal Sky News, o turista afirmou que seu filho viu uma pessoa ser atingida por um disparo. Segundo Pine, o hotel onde estava instruiu os hóspedes a se trancar em seus quartos e, depois, a se juntar no lobby.
De acordo com Mohammed Ali Aroui, porta-voz do Ministério do Interior, um dos atiradores foi morto, enquanto a polícia busca o outro. A troca de tiros continua.
O corpo de um dos atiradores está na cena do ataque com um fuzil de assalto Kalashnikov, após ter sido baleado durante troca de tiros com a polícia.
Ao menos um dos hotéis foi invadido. Testemunhas contaram que "dois ou três homens entraram com fuzis no hotel e abriram fogo contra as pessoas que estavam em sua passagem".
"Nós conseguimos sair correndo e nos escondemos no quarto. Íamos descer para a rua e ouvimos gritos e avisos pelo circuito interno de áudio", explicou por telefone uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada.
A Tunísia está em alerta desde março, quando dois tunisianos vindos da Líbia deixaram 22 mortos no Museu Bardo, um dos piores ataques em uma década no país.