Humberto Costa vê na reforma “agressiva retirada de direitos dos trabalhadores”

BRASÍLIA – O senador Humberto Costa (PT-PE) considerou “um processo agressivo” de retirada de direitos dos trabalhadores a reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira (26).
Em pronunciamento no Plenário, ontem, Humberto disse que uma das “medidas terríveis” aprovadas é a prevalência do acordado sobre o legislado.
O fim da contribuição sindical obrigatória foi outro ponto criticado pelo senador, que apontou na medida tentativa de enfraquecimento dos sindicatos no momento de desemprego alto e de perda de renda dos trabalhadores.
Para o senador, os deputados acolheram várias emendas feitas por organizações que representam os empresários. “É uma reforma para o setor patronal e um golpe contra os trabalhadores – afirmou, fazendo apelo aos senadores para rejeitar o texto que será brevemente examinado pelo Senado”.
VANESSA GRAZZIOTIN – A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB–AM) lamentou o texto da reforma trabalhista aprovado na madrugada de ontem pelos deputados. Ela citou vários aspectos do projeto que, segundo ela, apresentam perdas para os trabalhadores. Nessa lista, está a permissão para que o que for negociado se sobreponha à legislação.
A senadora explicou que isso só acontece hoje se houver mais benefícios para o trabalhador, mas que com o novo texto, a negociação se sobrepõe à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) mesmo que seja para subtrair direitos.
A diminuição do tempo para almoço, a possibilidade de compensar o banco de horas em até seis meses, o aumento da jornada semanal e as mudanças na lei da terceirização também foram criticadas pela parlamentar.
“Quem defende o projeto diz que o Brasil teria entrado no caminho da modernidade, que a reforma vai propiciar novos empregos e que a juventude teria mais flexibilidade na hora de contratação. Quanta mentira!”, afirmou.
Ela concluiu o pronunciamento defendendo que o Senado dará “maturidade” à reforma trabalhista. “Pensar em votar a toque de caixa é desconsiderar toda a confiança que a população nos deu para representá-la aqui”.