IFI prevê crescimento de 1% do PIB este ano e déficit abaixo da meta

BRASÍLIA – O produto interno bruto (PIB) brasileiro deve crescer cerca de 1% em 2017, e o déficit público pode terminar o ano abaixo da meta de R$ 163,1 bilhões.
As previsões são da Instituição Fiscal Independente, órgão ligado ao Senado, que divulgou ontem o mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF).
De acordo com o documento, o PIB do terceiro trimestre apresentou crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A perspectiva para o crescimento do PIB em 2017 melhorou com a revisão da série histórica promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“As informações sobre o estado da economia no quarto trimestre sugerem que prossegue a trajetória de expansão moderada. Além do resultado ligeiramente positivo da produção industrial, sondagens realizadas pela Fundação Getúlio Vargas com empresários e consumidores mostram que o índice de confiança continua avançando”, destaca o RAF.
O estudo da IFI indica ainda que houve “surpresas no volume de receitas” da União no mês de outubro. Em vez dos R$ 3,5 bilhões previstos em novembro, o resultado fiscal saltou para R$ R$ 5,2 bilhões. De acordo com o relatório, a alta se justifica em parte pelos programas de parcelamento de dívida tributária, conhecidos como Refis.
De acordo com o RAF, é possível que o setor público encerre o ano com resultado primário melhor do que a meta de déficit de R$ 163,1 bilhões. A previsão do IFI é de que o déficit primário encerre o ano em patamar inferior a R$ 154 bilhões.
“Tudo indica que a meta de déficit primário deverá ser cumprida neste ano. Contudo, o resultado primário e o resultado nominal continuam fortemente deficitários. A dívida bruta segue avançando, tendo atingido 74,4% do PIB no mesmo mês. Isso mostra que o ajuste fiscal deverá permanecer como prioridade da agenda econômica. Nos próximos anos, a estabilização da dívida bruta dependerá da retomada de superávits e do crescimento econômico”, afirmou o diretor executivo da IFI, Felipe Salto.