Indústria de fécula atinge R$ 1 bilhão
SÃO PAULO – Recordes de preços colocam o ano de 2013 em destaque na história do setor mandioqueiro. O Valor Bruto da Produção da indústria brasileira de fécula de mandioca – um dos principais derivados da raiz – chegou a R$ 1,007 bilhão, acréscimo de 58% frente ao de 2012, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Em termos reais (descontada a inflação pelo IGP-DI de março/14), Valor da Produção próximo a este foi observado somente em 2004, quando superou ligeiramente os R$ 990 milhões.
A marca de R$ 1 bilhão foi atingida mesmo com o volume moído pelas fecularias tendo diminuído 7,6% e o rendimento médio de amido baixado 0,8% m relação a 2012, conforme aponta o 10º Levantamento sobre o Desempenho da Indústria de Fécula de Mandioca realizado pelo Cepea em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM).
Os dados foram obtidos por meio de questionários enviados às 69 empresas do Brasil (100% do total) – 80% responderam – e também por telefone e/ou com base em dados armazenados semanalmente pelo Cepea.
Em 2013, o clima mudou completamente o cenário esperado para a cadeia produtiva da mandioca e derivados, conforme explicam pesquisadores do Cepea. A estiagem severa no Nordeste desde 2012 levou tanto revendedores de farinha quanto farinheiras daquela região a se abastecerem no Centro-Sul.
Mesmo com a raiz de mandioca atingindo valores bastante elevados e sendo preciso pagar frete superior a 2 mil quilômetros, farinheiras nordestinas mantinham as compras de raiz em São Paulo e Paraná porque, em alguns polos de produção nordestinos, a tonelada da mandioca na lavoura ultrapassou os R$ 1.000,00.
Na média geral das regiões acompanhadas pelo Cepea, a tonelada de raiz posta indústria esteve a R$ 381,69 (valor nominal, a prazo) em 2013, valorização de 61,1% frente a 2012. A fécula de mandioca também teve sucessivas valorizações ao longo do último ano, com a média nominal a prazo (posta fecularia) chegando a R$ 2.125,09/t (R$ 53,12/sc de 25 kg), alta de 58% frente ao valor médio de 2012.
Esses percentuais mostram que, diante da disputa acirrada por matéria-prima entre fecularias e farinheiras, a raiz novamente – pelo quarto ano seguido – valorizou-se mais que a fécula, sendo indicativo de aperto nas margens da indústria. Nas fecularias, a mandioca (matéria-prima) representa mais de 80% do custo industrial.
Apesar de o Brasil se destacar como um dos principais produtores mundiais de mandioca, em 2013, a indústria de fécula operou com 53,5% de ociosidade, conforme o Levantamento do Cepea e da Abam.
Pouco mais de 70% da fécula foi produzida no Paraná (333,36 mil toneladas); em segundo lugar aparece Mato Grosso do Sul, onde a instalação de novas empresas elevou a participação estadual de 17,3% em 2012 para 20,3% em 2013, com produção de 94,7 mil toneladas.
Atacadistas são os principais clientes de fecularias de mandioca, seguidos por empresas dos setores de massa, biscoito e panificação, frigoríficos, varejistas e de papel e papelão.
PERSPECTIVAS – Em 2014, a oferta de mandioca no Brasil pode aumentar cerca de 10% em relação ao ano passado, segundo dados do IBGE. A retomada da produção seria mais intensa no Nordeste. Segundo colaboradores do Cepea, tem sido bom o desenvolvimento das lavouras, podendo haver recuperação da produtividade agrícola e do rendimento de amido, principalmente no Paraná.
Considerando-se a possibilidade de melhora na produção de mandioca neste ano, profissionais das fecularias – dados obtidos por meio de questionários – acreditam em aumento de 27% na produção de fécula de mandioca, que totalizaria 603,66 mil toneladas – somatório das expectativas individuais de produção.
Essa melhora na oferta, segundo pesquisadores do Cepea, tende a pressionar as cotações – impactadas também pelo aumento das importações – e promover ganhos de mercado para a fécula de mandioca em alguns segmentos industriais, como no de papel e papelão, a depender do comportamento das cotações do amido de milho.
Em termos reais (descontada a inflação pelo IGP-DI de março/14), Valor da Produção próximo a este foi observado somente em 2004, quando superou ligeiramente os R$ 990 milhões.
A marca de R$ 1 bilhão foi atingida mesmo com o volume moído pelas fecularias tendo diminuído 7,6% e o rendimento médio de amido baixado 0,8% m relação a 2012, conforme aponta o 10º Levantamento sobre o Desempenho da Indústria de Fécula de Mandioca realizado pelo Cepea em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM).
Os dados foram obtidos por meio de questionários enviados às 69 empresas do Brasil (100% do total) – 80% responderam – e também por telefone e/ou com base em dados armazenados semanalmente pelo Cepea.
Em 2013, o clima mudou completamente o cenário esperado para a cadeia produtiva da mandioca e derivados, conforme explicam pesquisadores do Cepea. A estiagem severa no Nordeste desde 2012 levou tanto revendedores de farinha quanto farinheiras daquela região a se abastecerem no Centro-Sul.
Mesmo com a raiz de mandioca atingindo valores bastante elevados e sendo preciso pagar frete superior a 2 mil quilômetros, farinheiras nordestinas mantinham as compras de raiz em São Paulo e Paraná porque, em alguns polos de produção nordestinos, a tonelada da mandioca na lavoura ultrapassou os R$ 1.000,00.
Na média geral das regiões acompanhadas pelo Cepea, a tonelada de raiz posta indústria esteve a R$ 381,69 (valor nominal, a prazo) em 2013, valorização de 61,1% frente a 2012. A fécula de mandioca também teve sucessivas valorizações ao longo do último ano, com a média nominal a prazo (posta fecularia) chegando a R$ 2.125,09/t (R$ 53,12/sc de 25 kg), alta de 58% frente ao valor médio de 2012.
Esses percentuais mostram que, diante da disputa acirrada por matéria-prima entre fecularias e farinheiras, a raiz novamente – pelo quarto ano seguido – valorizou-se mais que a fécula, sendo indicativo de aperto nas margens da indústria. Nas fecularias, a mandioca (matéria-prima) representa mais de 80% do custo industrial.
Apesar de o Brasil se destacar como um dos principais produtores mundiais de mandioca, em 2013, a indústria de fécula operou com 53,5% de ociosidade, conforme o Levantamento do Cepea e da Abam.
Pouco mais de 70% da fécula foi produzida no Paraná (333,36 mil toneladas); em segundo lugar aparece Mato Grosso do Sul, onde a instalação de novas empresas elevou a participação estadual de 17,3% em 2012 para 20,3% em 2013, com produção de 94,7 mil toneladas.
Atacadistas são os principais clientes de fecularias de mandioca, seguidos por empresas dos setores de massa, biscoito e panificação, frigoríficos, varejistas e de papel e papelão.
PERSPECTIVAS – Em 2014, a oferta de mandioca no Brasil pode aumentar cerca de 10% em relação ao ano passado, segundo dados do IBGE. A retomada da produção seria mais intensa no Nordeste. Segundo colaboradores do Cepea, tem sido bom o desenvolvimento das lavouras, podendo haver recuperação da produtividade agrícola e do rendimento de amido, principalmente no Paraná.
Considerando-se a possibilidade de melhora na produção de mandioca neste ano, profissionais das fecularias – dados obtidos por meio de questionários – acreditam em aumento de 27% na produção de fécula de mandioca, que totalizaria 603,66 mil toneladas – somatório das expectativas individuais de produção.
Essa melhora na oferta, segundo pesquisadores do Cepea, tende a pressionar as cotações – impactadas também pelo aumento das importações – e promover ganhos de mercado para a fécula de mandioca em alguns segmentos industriais, como no de papel e papelão, a depender do comportamento das cotações do amido de milho.