Indústrias voltam ao interior, diz Richa

A inauguração nesta semana do frigorífico e abatedouro de frangos Unitá, em Ubiratã, no Centro-Oeste do Estado, é mais um exemplo do forte processo de industrialização do interior do Paraná. Mais de 67% dos investimentos atraídos pelo programa Paraná Competitivo nos últimos dois anos estão localizados nas cidades do interior.
"Estamos vivendo o maior ciclo de industrialização da história do Paraná. Em pouco mais de dois anos já são mais de R$ 20 bilhões de investimentos espalhados em todas as regiões. O Paraná é o único Estado do país que vem criando empregos industriais consecutivamente nos últimos 18 meses", disse o governador Beto Richa na inauguração da unidade construída pelas cooperativas Copacol, Coagru e Copeflora.
Richa ainda lembrou que o interior é responsável por 70 % de todos os 280 mil empregos criados no Estado de 2011 a abril de 2013.
O novo frigorífico vai criar 15 mil empregos, diretos e indiretos, na região e foi construído com investimento de R$ 135 milhões, dos quais R$ 41,4 milhões financiados pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul) e beneficiado pelo Paraná Competitivo.
COOPERATIVAS – O presidente da Copacol e Unitá, Valter Pitol, disse que as cooperativas que criaram o empreendimento possuem sete mil produtores associados e a grande vantagem, de acordo com os dirigentes, é que os próprios associados serão os fornecedores dos insumos para a ração produzida.
“Essa nova unidade industrial é um exemplo para o cooperativismo brasileiro em geração de renda e oportunidades para os produtores. Um grande complexo, que gera empregos e riquezas para a região com o pagamento de impostos”, disse.
Pitol destacou a participação do Governo do Estado no suporte e apoio ao setor produtivo.
"Nós temos sentido a presença mais forte do governo do Estado. O que realmente me chama atenção são as patrulhas mecanizadas no campo. Essas máquinas, que arrumam as estradas rurais e as deixam em boas condições, diminuem o custo do produto, porque além do escoamento da produção de frangos, suínos e peixes ser facilitado, o transporte do grande volume de rações também sofre menos desperdício”, disse.
“Antes os caminhões atolavam e muitos deles até tombavam no caminho, o que trazia bastante prejuízo. Hoje o governo investe em infraestrutura e quase não vemos mais esses acidentes acontecendo", completou.
Já o presidente da Ocepar aponta que o desenvolvimento da agricultura se confunde com o desenvolvimento e evolução do cooperativismo no Estado.
“O cooperativismo agropecuário, a exemplo da agricultura paranaense, é o mais desenvolvido do Brasil. As 67 cooperativas respondem por mais de 50% do PIB agrícola do Paraná. O valor bruto da produção estadual é de R$ 18,7 bilhões”, disse.
“Em grande parte dos municípios paranaenses, a cooperativa é a maior arrecadadora de tributos e a principal geradora de empregos”, completou.

MAIS INVESTIMENTOS

Na semana passada a cooperativa Capal anunciou a construção de uma fábrica de rações em Arapoti, nos Campos Gerais. Serão investidos R$ 60 milhões que vão criar 1,7 mil empregos. O faturamento anual previsto é de R$ 420 milhões e a produção de 640 mil toneladas de ração. Dirigentes da Capal estiveram reunidos com o secretário Ricardo Barros para solicitar o enquadramento no Paraná Competitivo.
A nova estrutura da Capal soma-se a um frigorífico de suínos que está sendo construído em Castro em parceria com as cooperativas Castrolanda e Batavo. Estão sendo investidos R$ 85 milhões na unidade que terá capacidade para abater 5 mil suínos por dia e industrializar produtos como presuntos, salames, costelas defumadas, mortadelas e outros. O empreendimento também conta com o apoio do Paraná Competitivo.
O Governo do Estado negocia ainda a instalação de uma fábrica de processamento de leite e derivados da empresa catarinense Tirol. O valor do investimento não foi divulgado, mas a nova unidade deve criar mais de 5,5 mil empregos.