Infestação por Aedes aegypti está altíssima, diz chefe regional de Vigilância em Saúde
Os últimos casos positivos de dengue no Noroeste do Paraná foram registrados na segunda semana de maio. De lá para cá, há notificações de pacientes com sintomas da doença, mas até a tarde de ontem nenhuma confirmação.
Apesar de parecer um cenário tranquilo, a preocupação é real. “A infestação está altíssima”, disse o chefe regional de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior, sobre a quantidade de larvas do Aedes aegypti encontrada na maioria dos municípios.
O mosquito é o transmissor da dengue e também é responsável pela proliferação de outras doenças, entre as quais, zika, chikungunya e febre amarela.
Para se ter uma ideia do problema enfrentado pelos municípios da região, o percentual de infestação por Aedes aegypti chegou a 6,9% em Loanda, 6,7% em Querência do Norte e 6,6% em Nova Londrina. O índice máximo considerado como tolerável é 1%.
Sordi Junior chamou a atenção para o fato de que os levantamentos foram feitos em período de estiagem, ou seja, quando há menos condições para o ciclo reprodutivo do mosquito. Significa que a situação pode piorar em época de chuvas mais frequentes.
FRIO – Apesar da queda de temperatura, o frio dos últimos dias não é suficiente para interromper o ciclo reprodutivo do Aedes aegypti. O que acontece com frequência é haver um retardamento, mas para eliminar o inseto seria preciso fazer ainda mais frio.
NOTIFICAÇÕES – Sempre que um paciente procura atendimento de saúde e apresenta sintomas de dengue, o caso é notificado. A pessoa é submetida a uma coleta de sangue, para que seja feita a análise laboratorial que determinará se se trata de dengue ou não.
Desde o ano passado, o número desses registros tem sido muito grande quando se considera a quantidade de casos positivos de dengue nos municípios da região. Desde janeiro, foram 595 notificações e somente 30 casos positivos.
Entre os fatores que contribuem para essa diferença está o período de coleta de sangue. Para que o vírus seja identificado durante a análise de laboratório, o paciente precisa procurar atendimento médico logo no primeiro dia após o surgimento dos sintomas.
De acordo com Sordi Junior, sempre que a pessoa apresentar febre e outra manifestação física, por exemplo, dores no corpo, na cabeça ou no fundo dos olhos, precisa ir até um posto de atendimento médico.
CUIDADOS – O chefe regional de Vigilância em Saúde também falou sobre a falta de cuidados dos moradores. Ainda é comum encontrar resíduos descartados de maneira irregular na maioria dos municípios do Noroeste do Paraná, mesmo havendo coleta de lixo.
Sordi Junior afirmou que as administrações municipais têm agido de maneira a combater essa prática e reduzir a quantidade de resíduos, mas muitas vezes não têm aparato suficiente para manter esse trabalho frequentemente.
Por isso, ele fez um apelo à população, para que não jogue lixo em terrenos vazios, margens de estradas, fundos de vale e calçadas. E quando houver descaso do poder público, os moradores precisam denunciar.