Inflação preocupa produção do Paraná

CURITIBA – Presidentes das entidades do setor produtivo paranaense, que compõem o chamado G7, estão preocupados com a volta da inflação e com a instabilidade econômica brasileira.
Em encontro com o governador Beto Richa, o grupo além de questionar os índices inflacionários apresentados pelo governo federal, afirmou que a alta de preços já causa queda do poder aquisitivo do brasileiro.
“A inflação é uma realidade no Brasil e o carrinho do supermercado já não é o mesmo para o trabalhador. As vendas estão caindo e as demissões podem acontecer. Temos que ter o equilíbrio e tentar ao máximo evitar aumentar os produtos e o corte de mão de obra”, disse Darci Piana, da Fecomércio.
Richa ressaltou que a perda de vitalidade da economia do Brasil se dá pela falta de visão estratégica. “A União colocou a perder toda a estabilidade econômica conseguida com o Plano Real. Hoje, a economia está sucumbindo pela falta de visão estratégica do País, que renegou os investimentos em infraestrutura à enésima prioridade”, disse.
PIB PÍFIO – O governador disse que o desempenho do Produto Interno Bruto – com crescimentos de apenas 0,6% – exemplifica as dificuldades do governo federal em lidar com o atual cenário econômico nacional. “Um desempenho pífio, que só não foi negativo graças ao agronegócio”, finalizou Beto Richa.
“Com a perda do poder aquisitivo, resultante da inflação, estamos sentindo uma quebra no comércio. Precisamos urgente dar uma direção para que a situação não fuja do controle”, disse Edson Ramon, presidente da Associação Comercial do Paraná, Edson Ramon.
Ágide Meneguetti, Federação da Agricultura do Paraná, também disse que o setor agrícola está temeroso com a situação da economia brasileira, principalmente com a inflação e a alta do dólar. Ele comentou ainda as manifestações da população e criticou as prioridades de investimentos definidas pela União.
“Isso não é um problema de agora, é resultado de anos atrás quando o Brasil recebeu muito dinheiro e não aplicou em obras estruturantes. Vimos apenas a União aumentando as receitas e inchando a máquina pública”, criticou.
O posicionamento da Fiep é que o setor industrial também tem tido dificuldades com os problemas logísticos e a alta tributação. Apesar de ter no Paraná os melhores indicadores do Brasil, a indústria local tem apresentado seguidas quedas na produção.

Outras manifestações no encontro
Segundo Sérgio Malucelli, da Fetranspar, a principal dificuldade do setor é com relação à infraestrutura viária. Ele avaliou também a situação econômica do setor. “Estamos preocupados porque quando o comércio e a indústria não crescem o setor de transporte é prejudicado. Estamos sentindo isso com uma grande quantidade de caminhões nos pátios por falta de cargas”, disse.
José Roberto Ricken, da Ocepar, atribuiu as manifestações ocorridas em todo o Brasil também aos elevados índices inflacionários. “Com certeza, os números não são os indicados pelo governo federal. É visível que a população perdeu o poder aquisitivo e não tem condições de arcar com os compromissos financeiros assumidos”, avaliou Ricken. “Precisamos de uma posição urgente”, disse.
O presidente da Federação da Agricultura do Paraná, agradeceu o apoio do governo estadual no fortalecimento da agricultura do Estado. “Queremos deixar claro que o diálogo com o homem do campo hoje é uma realidade no Paraná. Tudo que pedimos ao governador quando era candidato esta sendo cumprido”, avaliou.