Inquérito vai apurar circunstâncias da fuga de presos em Paranavaí
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da fuga de cinco presos da cadeia Pública de Paranavaí, ontem pela manhã. Por volta das 9h, cinco detentos conseguiram ganhar a liberdade. Um agente penitenciário teria deixado a porta da cela sem travar, ocasionando a fuga. Delegado não acredita em ato proposital, mas em falha na operação.
O delegado Luiz Carlos Mânica, chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, confirma a abertura do procedimento de investigação. Ele explica que por volta das 9h o servidor foi retirar das celas dois detentos que fazem serviço de limpeza da cadeia.
Ao sair, teria passado o ferrolho (tranca) e o cadeado, porém, a fechadura não travou. Com isso, cinco dos 25 detentos que estavam no espaço conseguiram sair. Eles fugiram pulando o muro dos fundos do prédio.
Reiterando não ver que a situação tenha sido proposital, o delegado conta que o objetivo do inquérito é apurar as circunstâncias e depois encaminhar o caso para o Poder Judiciário.
Outro detalhe desse episódio é que os presos em questão estavam nas celas da estrutura de carceragem da Delegacia, conhecida como “corró”, normalmente um lugar de passagem assim que ocorre a detenção.
Um policial informou que os detentos estavam na carceragem, isolados dos demais presos, para proteção. Seriam presos ameaçados dentro do presídio.
Conforme a relação divulgada pela Polícia, dentre os fugitivos estão pessoas envolvidas em roubos, homicídio e estupro. Ganharam a liberdade: Eduardo Alves Teixeira, 26 anos; Jhonatan de Souza, 18 anos; Rafael Soares Clerice, 23 anos; Roni Ferreira Ramos, 28 anos; Vanderlei Pereira da Silva, 23 anos.
CINCO ANOS SEM FUGA – Este episódio põe fim a um longo período sem fugas no sistema prisional em Paranavaí. A última até então aconteceu em setembro de 2012, quando detentos furaram a laje e ganharam a liberdade.
A partir daí, houve investimento em melhorias e reforço na segurança com profissionais do Departamento Penitenciário – Depen. Desde esta data foram constatadas tentativas de fuga, sempre frustradas pelas equipes.
No histórico consta ainda uma rebelião em dezembro de 2015. Naquela oportunidade, os presos atearam fogo em colchões e mantiveram agentes como reféns.
A rebelião durou 22 horas e terminou após negociação, sem pessoas feridas, mas com muita destruição no prédio da cadeia e em objetos de uso dos próprios detentos.
Os presos reivindicavam melhorias internas e na alimentação. Uma das queixas foi de superlotação, algo corriqueiro na cadeia. A estrutura foi feita para abrigar 96 pessoas, mas, rotineiramente, mais de 200 detentos dividem o mesmo espaço.