Irmão do zagueiro Miranda, Tinga diz que aumentou o assédio aos familiares
“Aumentou o assédio, onde vou todos me perguntam sobre a Seleção e principalmente sobre o Miranda, e todos me questionam porque eu não fui para a Rússia ainda. Eu respondo: "calma, deixa a gente chegar na final"”.
A frase é de Angelito Miranda, 56 anos, mais conhecido como Tinga, irmão mais velho do zagueiro paranavaiense Miranda. Na família eram 12 irmãos, hoje são 9 vivos. O caçula é o craque Miranda, zagueiro que novamente será capitão da seleção brasileira no jogo desta sexta-feira (15h), contra a Bélgica, no Mundial da Rússia.
“Quero que meu irmão atue igual ou melhor que nos outros jogos, sei que tem potencial para isso”, diz Tinga confiando na classificação à semifinal. “Com certeza vamos passar pela Bélgica, acho que será mais fácil que os outros adversários”.
Otimismo não falta na família e entre os amigos. “Todos estão otimistas, confiantes e torcendo muito. Tenho recebido muitos elogios, tenho ouvido só coisas boas, principalmente em Paranavaí”. Tinga já tem uma certeza: com a seleção na final, é certo que vai viajar para ver a decisão. “O Miranda me chamou para ir para lá se o Brasil chegar na final. Os documentos estão certos, até a credencial ele vai arrumar pra mim, estou rezando para isso acontecer”.
Miranda mantém contato com a família neste período de Copa do Mundo, informa Tinga. “O Miranda tem sido um orgulho para Paranavaí e para o nosso Paraná. Acho que o Brasil está feliz com o desempenho da Seleção, que está evoluindo a cada jogo. O primeiro jogo me deixou meio desconfiado, mas depois só tivemos alegrias”.
O INÍCIO – O início de Miranda no mundo do futebol começou com as famosas “peladas”, no meio da rua, lembra seu irmão Tinga. Mas ele conseguiu evoluir e ser o destaque que é hoje no cenário mundial.
“O Miranda começou jogando no meio das ruas aqui no Jardim São Jorge, depois nos campinhos da região. Foi se enturmando. Depois de meu pai falecer, ele ‘endoidou’ e disse que iria embora daqui. Jogou no campo do Frigorífico Central, depois na Escola Futuro Craque, atuou no PAC, nos Jogos oficiais por Paranavaí”, relata o irmão.
Lembra que Miranda fez teste no Vasco da Gama e não foi aprovado, esteve no Santos e também não deu certo. Então, foi para a Portuguesa Londrinense, em Londrina.
“Um dia apareceu o Krigger (empresário) viu o futebol dele e convidou para ir para o Coritiba. Depois foi para a França (Sochaux), veio para o São Paulo e foi para Espanha (Atlético de Madrid). Agora está na Inter de Milão (Itália)”.
AMIGOS – Miranda conta com diversos amigos em Paranavaí, que poderiam perfeitamente ser chamados de “parças”. O Carlos Alessandro Pereira Correia (Kaká), de 32 anos, é amigo desde a infância do zagueiro Miranda, que tem 33 anos.
“Passamos pelo México, acho que contra a Bélgica será mais fácil, pegamos o embalo. Pegamos a Sérvia que também tinha atletas de alta estatura e não tivemos problemas. É só o Neymar e o Gabriel jogarem um pouco mais, que sairemos vitoriosos”, diz Kaká, para quem a camisa da seleção “dará tremedeira” nos adversários.
“Temos cinco estrelas na camisa. Torcer para que todos estejam em um bom dia, creio que o Brasil leva tranquilo este título”.
Kaká lembra que Paranavaí vive um bom momento na área esportiva. “Paranavaí está tendo agora mais atletas de destaque, como o Zeca (está no Internacional), o Danilo Avelar (hoje no Corinthians) e outros que estão levando o nome da cidade a ser conhecido. É uma cidade pequena, mas que tem revelado atletas”.
Leandro da Silva Soares, outro amigo, vê confiança na seleção, que faz “um bom mundial. Acho que vamos passar pela Bélgica e vamos para a semifinal. Creio que esse problema de estatura não joga, o time está bem entrosado e preparado para neutralizar as bolas altas”.
O amigo diz que o sonho de Miranda era disputar um Mundial de Seleções e hoje está realizando esse sonho. “A humildade dele continua, mesmo sendo um dos melhores atletas do Brasil”.
Se não é amigo mais perto de Miranda, é “chegado” do irmão do zagueiro. Este é Adilson Bispo, que estava com Tinga quando falava com a reportagem do Diário do Noroeste.
“O Miranda está muito bem na Seleção, tem tido ótimas atuações, tanto que só tomamos um gol e ele ainda foi empurrado no lance. Moro há tempo no bairro, eu o conheci jogando no campinho do Jardim São Jorge, é uma satisfação ser amigo da família dele”.
Osmar Viotto é outro na situação de amigo do irmão do craque. “Conheci o Miranda jogando bolinha de gude na rua, hoje ele está na Seleção Brasileira, méritos para ele, pela capacidade do futebol que tem tido. Torcemos para ele, que ele continue atuando bem e com firmeza”.