Jatinho estava em chamas antes mesmo de cair, dizem moradores

Moradores da rua onde caiu o avião que levava Eduardo Campos (PSB), em Santos (SP), contaram que o jatinho estava em chamas antes mesmo de cair.
"Vi uma bola de fogo cair sobre as casas", afirmou o aposentado Rosário Masullo, 54, que mora no prédio ao lado do que foi atingido.
O aposentado estava indo à feira quando viu uma "bola de fogo" cruzar o ar até cair sobre o prédio. "Voltei correndo para ver como estava minha família", disse.
No apartamento dele, estavam a mulher e dois filhos, além de dois cachorros. Ninguém ficou ferido. A família contou ter ouvido um estrondo, sem saber do que se tratava.
O aposentado Davi Teixeira Gomes, 92, e seu filho, o engenheiro mecânico Manuel Gomes da Silva, 63, moram no prédio atingido pelo avião.
Eles estavam no carro, na rua onde moram, e ouviram uma vibração forte e um estrondo causado pelo impacto. "Quando olhamos para trás vimos o fogo da explosão", disse Manuel, que na hora não entendeu o que tinha acontecido.
A corretora de seguros Daniela Yamasato, 40, estava em casa no momento da queda e não viu o acidente, mas ouviu um barulho forte. "Já percebi que era um avião caindo muito perto", disse. "Senti muito medo, não deu tempo nem de pensar direito", contando que socorreu dois cachorros que saíram do prédio atingido.
DIFICULDADES – O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, disse que a corporação enfrentava dificuldades para encontrar os corpos das sete vítimas que estavam no jatinho que caiu em Santos.
"A situação é muito preocupante", disse Palumbo, porque os destroços se espalharam por seis imóveis. "Tem uma turbina no jardim de uma casa e a outra atingiu o segundo andar do edifício", disse.
Com o impacto da queda do jatinho, os corpos das vítimas foram mutilados.
Segundo o capitão, a atuação no resgate de restos mortais das vítima do acidente aéreo que matou o candidato a presidente pelo PSB Eduardo Campos, é altamente complexa. Ainda de acordo com Palumbo, a identificação dos restos mortais só será possível por meio de DNA.
De acordo com ele, que já atuou em outros desastres aéreos, a configuração do acidente é ainda mais complexa do que o da TAM, em 2007, que matou 199 pessoas.
"Diferente da operação de resgate da TAM, hoje não há corpos para serem resgatados. Esse é um fato inédito para muitos dos bombeiros nessa operação. O grau de dificuldade da atuação é muito alto", disse ele.
De acordo com os bombeiros, oito casas do local do acidente foram atingidas e ao menos duas correm o risco de desabarem.