Jovens divergem sobre motivação para o crime

Os dois adolescentes que participaram da abordagem e assassinato do policial militar aposentado (cabo da reserva), 49 anos, divergiram nos seus depoimentos quanto a motivação. O crime aconteceu sexta-feira na Vila Operária, em Paranavaí.
O jovem atirador disse que tinha uma rixa anterior com a vítima. Já o primeiro detido declarou que foram até ao supermercado para roubar. O policial estava na reserva há cerca de um ano.
Os dois jovens estão internados no Cense (Centro de Socioeducação de Paranavaí). Após o disparo fatal, o atirador roubou o revólver da vítima. Nenhuma das duas armas foi localizada, confirma o delegado-adjunto da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Gustavo Bianchi.
O delegado informa ainda que o inquérito já está concluído e encaminhado para o Ministério Público e Poder Judiciário. Restam apenas alguns laudos que serão juntados na sequência.
O policial da reserva prestava serviço de segurança a um supermercado da Vila Operária. Por volta das 19h de sexta-feira foi surpreendido pela ação do jovem assaltante. Imagens do circuito de monitoramento por câmeras registrou o som de disparos de arma de fogo.
Depois, a vítima entra no raio de alcance das lentes, caindo com o impacto de um tiro logo após ser filmado. O atirador se aproxima, pega a arma da mão da vítima e foge.
O militar da reserva foi socorrido e permaneceu até sábado na Santa Casa de Paranavaí. Por conta da gravidade, acabou transferido para um hospital de Sarandi, mas não resistiu e morreu ainda no início da noite de sábado. O sepultamento aconteceu neste domingo.
Logo após o crime começou o trabalho para identificar e prender os autores. O primeiro jovem, detido pouco depois, confessou participação. Este declarou que a intenção era roubar.
O segundo suspeito conseguiu se esconder até a manhã de sábado, mas, foi encontrado no forro de uma casa na Vila Alta. Ele não estava com as armas e negou que iria roubar. Nesta versão, teria ido para matar o policial.

O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ADOLESCENTES

1) Os jovens menores de 18 anos são considerados “penalmente inimputáveis”, ou seja, não podem responder criminalmente por seus atos infracionais.
2) Quando cometem atos infracionais, os jovens são encaminhados à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, caso haja uma na localidade, e não às delegacias de polícia.
3) Os pais são comunicados e, dependendo da gravidade do ato, o adolescente é liberado ou encaminhado a uma unidade de internação. O jovem pode ficar até 45 dias em internação provisória.
4) Geralmente, são internados jovens que cometem atos como homicídio, tráfico de drogas ou são reincidentes em crimes violentos. Atos menos graves podem ser convertidos em advertência, reparação de danos e prestação de serviços à comunidade.
5) Em até 45 dias, o adolescente é julgado em uma vara da Infância e Juventude. Comprovada a autoria do ato, o jovem sofre medidas socioeducativas (privação da liberdade, semiliberdade ou liberdade assistida).
6) A internação pode durar no máximo três anos e não tem um prazo mínimo predeterminado.
7) O jovem interno é reavaliado a cada seis meses por uma equipe multidisciplinar, geralmente formada por psicólogo, assistente social e educador social, que define um Plano Individual de Atendimento (PIA) e determina se o jovem tem ou não condições de voltar à sociedade.
8) Se for liberado, no período de transição, o menor infrator pode ser colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
(fonte: ebc.com.br)