Justiça nega suspensão da prisão de suspeito de cárcere privado em MS

Um pedido da defesa para revogar a prisão preventiva do jardineiro de 40 anos suspeito de ter mantido uma adolescente e o filho deles em cárcere privado, em Campo Grande (MS), foi negado pela Justiça na quarta-feira.
O homem ainda não foi encontrado pela polícia, que precisa executar o mandado de prisão. Quando ele se apresentou na delegacia, no último dia 22, o mandado não havia sido expedido pela Justiça, segundo o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança.
O caso veio à tona após a garota de 17 anos ter escrito um pedido de socorro no verso de uma receita médica, no dia 18. "Ele ameaça que vai tirar meu filho [um bebê de cinco meses]. Ele já me bateu muito quando eu estava grávida", disse a garota no bilhete entregue em uma farmácia local.
No mesmo dia, Lauretto pediu a prisão preventiva do homem. A adolescente foi encontrada na casa da ex-mulher do suspeito.
À reportagem ele falou que o casal se mudou para a residência da ex-mulher no começo deste ano, por causa da sujeira na casa anterior. "Falei para ela: ‘Vamos tirar as coisas daqui, amor. Vamos tirar o nenê daqui porque está cheio de rato, de cocô de rato’".
O jardineiro negou ter batido na garota, mas disse que eles discutiam por ciúmes. Segundo ele, a adolescente também não fazia as tarefas domésticas.
O bebê ainda não foi registrado, segundo o suspeito, porque o casal não concordava com o nome a ser dado. "Eu queria colocar Cristopher, e ela queria outro nome, Cristopher Brown. Depois [ela quis] outro nome que a mãe dela escolheu", disse.
O documento que comprova o nascimento, necessário para o registro, está com o homem. Segundo ele, se a jovem realmente estivesse em cárcere poderia ter pedido ajuda nos dias em que passou no hospital por causa do parto.