Lei de iniciativa popular é a solução para o pedágio que mais mata no Brasil, diz Kielse

CURITIBA – Para o deputado estadual Cleiton Kielse, (PEN), a Lei de Iniciativa Popular é a solução para, tentar, resolver o problema da população paranaense em relação aos pedágios.
Mesmo conseguindo 24 assinaturas, mais que o suficiente, a tentativa de se instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ainda este ano, na Assembleia Legislativa, foi fracassada devido às manobras da base do governo e, principalmente, do líder do governo, Ademar Traiano (PSDB).
Para o deputado Kielse não fará diferença, já que ele não depende de CPI para conter esses crimes cometidos pelas concessionárias, e sim da população paranaense.
“Já que a Assembleia, através da mesa executiva e a liderança do governo, não querem investigar as concessionárias, para mostrar claramente o crime que esta acontecendo no Paraná, eu convoco a todos os prefeitos, vereadores e líderes das associações e federações para que juntos venhamos a fazer a primeira Lei de Iniciativa Popular no Paraná” diz ele.
Segundo o deputado, o caminho para ajudar o Paraná é envolvendo toda a sociedade paranaense aos deputados interessados em investigar o tema com seriedade. E o objetivo é transformar a Lei de Iniciativa Popular no mais aprofundado palco de discussões sobre o tema no Paraná. A coleta de assinaturas já começa neste mês de novembro.
Através de dados oficiais, Kielse demonstrou que as concessionárias de pedágios vêm causando prejuízo diretamente aos paranaenses, pela falta de execução das obras de infraestrutura como duplicações, viadutos, contornos, vias de segurança e trincheiras. Obras que estavam no contrato original e que foram modificadas nos dois aditivos de 2000 e 2002.
“Simplesmente as empresas não precisam mais fazer estas obras que seriam as mais caras, dando um prejuízo de mais de R$ 3 bilhões de reais aos paranaenses. Com o aditivo de 2000, onde retiraram da licitação original, sem nenhuma justificativa, mais de 500 km de duplicações que seriam nos trechos que mais matam pessoas, e não satisfeitos, ainda tem o aditivo do ano de 2002, postergando o início das obras remanescentes de 2007 para 2014, isto é, ganharam mais sete anos de renda sem ter que fazer nenhuma obra nova” destacou.
Segundo Kielse, com essa manobra as empresas devem ter um lucro líquido, nesses sete anos, de mais ou menos R$ 7 bilhões de reais, já que elas têm um lucro na média de R$ 1 bilhão de reais por ano.
Com esse valor, segundo as contas do deputado, daria para duplicar, no mínimo, mais de 3.500 km de rodovias no Paraná. Ele ressaltou ainda que nesses 15 anos de concessão as concessionárias arrecadaram mais de R$ 20 bilhões de reais, à custa da morte de mais de cinco mil pessoas, nas estradas que deveriam estar duplicadas.