Lembrando 90
Ayrton Baptista*
Deixando de lado a Copa do Mundo e as corridas da Fórmula 1, a campanha pelo Governo do Estado já está nas ruas. Outubro é acelerado pela disposição dos candidatos e os dispositivos eleitorais. Como muitos torciam, Roberto Requião volta à luta pelo Palácio Iguaçu, forçando possivelmente um segundo turno.
Os grandes perdedores foram os deputados estaduais do PMDB, propensos quase todos a uma aliança com o PSDB de Beto Richa para garantirem ou correrem em terreno mais seguro pela reeleição.
Águas passadas, o que se vê é uma disputa entre Beto Richa, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião. Em 1990, o pai de Beto, José Richa, já se apresentava de cabelos brancos, parecidos com os do Requião hoje.
Pois em plena TV, no debate proposto pelas emissoras, o hoje senador Roberto Requião chamava a atenção dos eleitores para o fato de que Richa-pai já estaria exonerado da campanha e do Governo pela idade. Bobagem, Richa estava firme, capaz de voltar ao Governo, derrotando tanto Requião como o ex e falecido deputado José Carlos Martinez, amigo de Fernando Collor, este disputando a presidência da República. Jovem, Gleisi estaria dando os primeiros passos na política, já com Lula da Silva.
A situação que se aproxima tem muito de 1990. A pergunta que se faz desde que o PMDB indicou o senador Roberto Requião para uma nova e maior disputa é como o líder do “velho de guerra” vai se comportar na campanha para triturar os adversários. Sempre tem um outro Richa, dir-se-á. E, na verdade o caminho natural é Requião tentar liquidar com as expectativas de Beto.
Merecedor ou não da ira requianista, o atual governador vai ter que se cuidar na defesa. Pode, entretanto, devido aos exemplos do passado, partir para o ataque e mostrar em sua ótica quem é Roberto Requião e o que este já fez pelo Estado, ainda que exercendo três vezes o Governo e participando duas vezes no Congresso Nacional, além da Prefeitura de Curitiba.
Beto pode lembrar que seu pai José Richa, mais o pai do atual prefeito de Curitiba, Mauricio Fruet, percorreram os bairros, andaram de ônibus e pediram claramente votos para Requião ser o prefeito. Foi eleito e assim teve o impulso que precisava para seguir uma carreira política vitoriosa.
E assim por diante, já que todos os governantes têm seus pontos fracos. Requião, com os cabelos brancos ou não, teria os seus. O mesmo ocorre com Beto Richa, já há algum tempo alvo de acusações políticas que poderão prejudicá-lo no processo de reeleição. Numa disputa eleitoral vale tudo, dizem. Certo ou errado, é o que acontece. “Feio é perder”, dizem os profissionais da política.
Nesse trio poderoso, resta a figura da senadora Gleisi Hoffmann. Como se comportará uma mulher que alcançou o Senado, mas que se aventura legitimamente numa corrida pelo Palácio executivo de seu Estado? Para não violentar seu temperamento, talvez prefira seguir com a tranquilidade que demonstra. Mas pode vestir uma roupa de briga e ajudar Requião e Beto a se anularem. Enfim, o jogo está em franco desenvolvimento.
Bem assessorados ou não, os três terão que escolher as armas. Se ainda é muito cedo para conjecturas, logo virão as pesquisas e todos vamos acompanhar essa corrida. Ela promete. Requião está saindo na frente, mesmo sem números, em política, eles todos sabem que o dia de hoje não se repete necessariamente amanhã. Muito menos em anos.
Deixando de lado a Copa do Mundo e as corridas da Fórmula 1, a campanha pelo Governo do Estado já está nas ruas. Outubro é acelerado pela disposição dos candidatos e os dispositivos eleitorais. Como muitos torciam, Roberto Requião volta à luta pelo Palácio Iguaçu, forçando possivelmente um segundo turno.
Os grandes perdedores foram os deputados estaduais do PMDB, propensos quase todos a uma aliança com o PSDB de Beto Richa para garantirem ou correrem em terreno mais seguro pela reeleição.
Águas passadas, o que se vê é uma disputa entre Beto Richa, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião. Em 1990, o pai de Beto, José Richa, já se apresentava de cabelos brancos, parecidos com os do Requião hoje.
Pois em plena TV, no debate proposto pelas emissoras, o hoje senador Roberto Requião chamava a atenção dos eleitores para o fato de que Richa-pai já estaria exonerado da campanha e do Governo pela idade. Bobagem, Richa estava firme, capaz de voltar ao Governo, derrotando tanto Requião como o ex e falecido deputado José Carlos Martinez, amigo de Fernando Collor, este disputando a presidência da República. Jovem, Gleisi estaria dando os primeiros passos na política, já com Lula da Silva.
A situação que se aproxima tem muito de 1990. A pergunta que se faz desde que o PMDB indicou o senador Roberto Requião para uma nova e maior disputa é como o líder do “velho de guerra” vai se comportar na campanha para triturar os adversários. Sempre tem um outro Richa, dir-se-á. E, na verdade o caminho natural é Requião tentar liquidar com as expectativas de Beto.
Merecedor ou não da ira requianista, o atual governador vai ter que se cuidar na defesa. Pode, entretanto, devido aos exemplos do passado, partir para o ataque e mostrar em sua ótica quem é Roberto Requião e o que este já fez pelo Estado, ainda que exercendo três vezes o Governo e participando duas vezes no Congresso Nacional, além da Prefeitura de Curitiba.
Beto pode lembrar que seu pai José Richa, mais o pai do atual prefeito de Curitiba, Mauricio Fruet, percorreram os bairros, andaram de ônibus e pediram claramente votos para Requião ser o prefeito. Foi eleito e assim teve o impulso que precisava para seguir uma carreira política vitoriosa.
E assim por diante, já que todos os governantes têm seus pontos fracos. Requião, com os cabelos brancos ou não, teria os seus. O mesmo ocorre com Beto Richa, já há algum tempo alvo de acusações políticas que poderão prejudicá-lo no processo de reeleição. Numa disputa eleitoral vale tudo, dizem. Certo ou errado, é o que acontece. “Feio é perder”, dizem os profissionais da política.
Nesse trio poderoso, resta a figura da senadora Gleisi Hoffmann. Como se comportará uma mulher que alcançou o Senado, mas que se aventura legitimamente numa corrida pelo Palácio executivo de seu Estado? Para não violentar seu temperamento, talvez prefira seguir com a tranquilidade que demonstra. Mas pode vestir uma roupa de briga e ajudar Requião e Beto a se anularem. Enfim, o jogo está em franco desenvolvimento.
Bem assessorados ou não, os três terão que escolher as armas. Se ainda é muito cedo para conjecturas, logo virão as pesquisas e todos vamos acompanhar essa corrida. Ela promete. Requião está saindo na frente, mesmo sem números, em política, eles todos sabem que o dia de hoje não se repete necessariamente amanhã. Muito menos em anos.