Licença vai permitir álcool de celulose

Após um ano e meio de espera, a GranBio obteve hoje a aprovação da primeira levedura geneticamente modificada para a produção de etanol celulósico – feito a partir da palha ou bagaço da cana no Brasil.
A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), um grupo formado por representantes de diferentes ministérios, concluiu hoje que a levedura Saccharomyces cerevisiae tem os mesmos efeitos sobre a saúde humana, animal e ao meio ambiente do que a levedura convencional já utilizada no país e, portanto, autorizou o seu uso no Brasil para a produção de etanol celulósico.
O grande diferencial da levedura geneticamente modificada é o ganho de rendimento que ela proporciona na produção do etanol celulósico, conhecido como etanol de segunda geração.
Segundo Alan Hiltner, vice-presidente de novos negócios da GranBio, cerca de 23% da biomassa (palha ou bagaço da cana) deixava de ser aproveitado com o uso da levedura condicional em vez da geneticamente modificada.
"Enquanto, com a mesma quantidade de biomassa, a levedura convencional produz 77 litros de etanol, a geneticamente modificada é capaz de produzir 100 litros".
As leveduras são responsáveis pela transformação do açúcar contido na biomassa em etanol chamado de segunda geração.
Na primeira geração – processo adotado atualmente – leveduras transformam o açúcar do caldo da cana no combustível.
A GranBio vai usar a levedura geneticamente modificada na fábrica de etanol de segunda geração que está construindo em São Miguel dos Campos, Alagoas, com inauguração marcada para o primeiro trimestre de 2014.
"Ela chegou no tempo certo para possibilitar o início das operações", afirma Hiltner. Para facilitar o processo, a empresa se dispôs a realizar todos os testes para demonstrar que a levedura, desenvolvida pela empresa holandesa DSM, é segura. A GranBio será a primeira do país a produzir etanol celulósico em escala comercial.